Pesquisa da Universidade Federal do Paraná mostra o potencial do bagaço da cana via solvente verde

Image

Estudo foi inclusive um dos premiados no Prêmio Capes de Tese 2023 categoria biotecnologia.

Com foco em extrair o máximo de produto do bagaço da cana-de-açúcar é que uma pesquisa desenvolvida na Universidade Federal do Paraná (UFPR) foi desenvolvida no último ano. O objetivo, por sua vez, vai de encontro à necessidade das usinas sucroalcooleiras em desfazer do bagaço sem criar mais problemas ambientais.

Para quem não sabe, o bagaço é formado quando a cana-de-açúcar é processada para gerar etanol e açúcar. Hoje o Brasil é o maior produtor de cana do mundo, sendo, portanto, extremamente necessário destinar o resíduo de forma ambientalmente correta.

O estudo, por sua vez, desenvolveu uma estratégia para aumentar a produtividade das usinas de etanol ao pré-tratar o bagaço com um novo solvente verde, chamado pelos pesquisadores de imidazol. A pesquisa foi inclusive premiada no Prêmio Capes de Tese 2023, pela categoria de biotecnologia.

Orientada por Luciana Vandenberghe e co-orientada por Carlos Soccol, a pesquisa teve como principal preocupação incrementar a produção de novos materiais e de energia que sejam capazes de reduzir a dependência de combustíveis fósseis e, ao mesmo tempo, transformar um resíduo industrial em produtos úteis.

“A biorrefinaria lignocelulósica integrada descrita na pesquisa é uma usina de produção de biomoléculas de primeira geração, como o etanol a partir de cana-de-açúcar, em que os resíduos — em sua maioria biomassas lignocelulósicas — seriam reaproveitados para a produção de novas moléculas de segunda geração, criando desse modo uma usina integrada de produção de biomoléculas de primeira e segunda geração. Com a meta de aproveitamento máximo do bagaço da cana-de-açúcar, as biorrefinarias lignocelulósicas integradas apresentam processos ecologicamente sustentáveis, além de proporcionarem uma maior diversidade de bioprodutos — diferentes biomoléculas de alto valor agregado —, como enzimas e prebióticos” explica a Ciência UFPR.

O conceito é de endereçar os resultados obtidos pela pesquisa a biorrefinarias, de modo que elas e outras indústrias do setor aumentem a rentabilidade, bem como reduzam a quantidade de lixo industrial produzido.

Vale reforçar, no entanto, que a produção de solventes verdes no Brasil ainda é um desafio, uma vez que enfrentam o alto custo de produção, o que inviabiliza a aplicação em escala industrial. A boa notícia, no entanto, é que o imidazol desenvolvido pelo estudo da UFFR vai na contramão, uma vez que tem baixo custo, bem como pode ser reciclado e reutilizado, o que o faz ser considerado um solvente “verde”.

A pesquisa completa também pode ser encontrada pelo link: https://acervodigital.ufpr.br/xmlui/handle/1884/85291

Fonte:Biomassa BR

Gostou do Conteúdo, Cadastre-se já e receba todas as notícias de BiomassaBR no seu email cadastrado

Compartilhe esta noticia: