O crescimento da geração distribuída (GD) no Centro-Oeste tem superado as expectativas, segundo a Trael, fabricante brasileira de transformadores elétricos. Impulsionado pela energia fotovoltaica, necessidade de conforto térmico, expansão de data centers e aumento do consumo pós-pandemia, o setor enfrenta novos desafios, como a oscilação de tensão na rede, que levaram a soluções inovadoras, incluindo transformadores autorreguláveis e o uso de inteligência artificial.Para discutir essas tendências, a Trael participa do 30º Fórum GD Centro-Oeste, nos dias 26 e 27 de novembro de 2025, em Campo Grande (MS). Em entrevista à RBS Magazine, o diretor Comercial e de Marketing da TRAEL, Dimas Yamanaka, detalha a presença da empresa no evento, o crescimento da GD na região, as tecnologias aplicadas e as oportunidades que o Fórum oferece para o setor elétrico.RBS Magazine: O que motivou a TRAEL a participar do 30º Fórum GD Centro-Oeste e qual a importância de um evento como esse para o setor elétrico?Dimas Yamanaka: A TRAEL tem estado presente de maneira consistente em todos os segmentos de energia, e na geração distribuída não seria diferente. Nosso planejamento estratégico identificou o momento certo para apresentar soluções ao mercado. Destacamo-nos com transformadores especiais de aplicação solar, tanto a óleo quanto a seco, e uma rede de parceiros oferecendo soluções integradas. Participar do Fórum reforça nossa missão de promover o desenvolvimento do setor, mesmo diante da retração causada pela transição do GD1 para o GD2, e fortalece nosso posicionamento estratégico no segmento de geração distribuída.RBS Magazine: Como a empresa enxerga o crescimento da geração distribuída na região Centro-Oeste e quais oportunidades esse movimento traz para a TRAEL?Dimas Yamanaka: O crescimento da GD no Centro-Oeste foi muito além do esperado. O ecossistema se consolidou de forma efetiva, impulsionado pela necessidade de conforto térmico em regiões de altas temperaturas, pelo uso de condicionadores de ar e pela redução de custos proporcionada pela energia fotovoltaica. A demanda aumentou também devido ao pós-pandemia, com home office, veículos elétricos e a expansão de data centers, que elevam a necessidade de energia. Observamos novos desafios, como a oscilação de tensão na rede, que levaram à criação de soluções inovadoras, como o transformador autorregulável. Além disso, tecnologias como inteligência artificial são cada vez mais importantes para gerenciar sistemas complexos de geração distribuída. Mesmo com a mudança para o GD2, vemos retomada do crescimento e novas oportunidades, incluindo a entrada da geração centralizada (GSC) e soluções de balanceamento energético (BES).RBS Magazine: De que forma os transformadores produzidos pela TRAEL contribuem para a expansão da energia solar e para a eficiência dos sistemas de geração distribuída?Dimas Yamanaka: Nosso portfólio completo de transformadores a óleo e a seco é específico para aplicações solares e geração distribuída. Eles possuem blindagem eletrostática, relé integrado de segurança e monitoramento, permitindo operação eficiente mesmo em redes complexas. Também contamos com soluções complementares, como reatores eletromecânicos de núcleo saturado, e com o grupo TRAEL, que inclui empresas como a Centro Aço, produtora de suportes para usinas fotovoltaicas, fortalecendo toda a cadeia de soluções para GD.RBS Magazine: Quais expectativas a TRAEL tem em relação aos debates e conexões que o Fórum GD deve proporcionar em Campo Grande?Dimas Yamanaka: O Fórum é essencial para debates estratégicos sobre GD1, GD2, curteio, redes inteligentes e novas tecnologias, permitindo que informações e experiências se convertam em soluções práticas. O networking acelera decisões e gera novos projetos, funcionando como catalisador para inovação. Além disso, a TRAEL vê grande importância em fomentar a inovação e as Redes Inteligentes (Smart Grids), incentivando a colaboração entre setor público, empresas de distribuição, instituições de pesquisa e o setor privado. O foco é implementar soluções que otimizem o gerenciamento bidirecional do fluxo energético, integrem eficientemente a geração distribuída e maximizem a penetração de fontes renováveis no mix energético nacional. A escolha do Mato Grosso do Sul como sede reforça ainda nosso compromisso regional e a construção de parcerias estratégicas.InscriçõesAs inscrições para o 30º Fórum GD Centro-Oeste estão abertas e podem ser realizadas pelo site www.forumgd.com.br. O evento é voltado a profissionais, empresas e instituições ligadas à geração distribuída e às fontes renováveis de energia.
