Plantas resistentes ao calor encontradas em morros do Sudeste podem auxiliar na restauração florestal

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Descoberta de 17 espécies que não constavam em inventários anteriores reforça a importância de novos levantamentos e do aprofundamento científico sobre essas formações

Um estudo divulgado pela Agência Brasil e desenvolvido pelo Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA), revelou a identificação de 26 espécies de plantas lenhosas altamente resistentes a condições climáticas extremas em inselbergs — formações rochosas típicas do Espírito Santo, na região Sudeste.

As plantas demonstram notável capacidade de adaptação à escassez de água, alta exposição solar e solos pobres em nutrientes, tornando-se candidatas promissoras para projetos de restauração ecológica.

A pesquisa acabou conduzida por cinco cientistas brasileiros e é considerada pioneira nesse tipo de vegetação nos inselbergs da Mata Atlântica. Entre as espécies estudadas estão duas endêmicas e ameaçadas de extinção: Pseudobombax petropolitanum (paineira-das-pedras) e Wunderlichia azulensis, ambas com características morfológicas que garantem sua sobrevivência em ambientes hostis — como raízes que armazenam água e folhas que caem nos períodos mais secos para reduzir a perda hídrica.

Além da resistência, as espécies demonstraram potencial relevante no armazenamento de carbono. Apenas na biomassa aérea, os inselbergs podem estocar de 14 a 48 toneladas de carbono por hectare, volume comparável ao das florestas do entorno.

Embora ainda sejam necessários dados mais aprofundados sobre biomassa subterrânea, crescimento e longevidade, os resultados já indicam um valor ecológico significativo dessas plantas no combate às mudanças climáticas.

O estudo também faz um alerta sobre os impactos da mineração de rochas ornamentais, atividade comum no Espírito Santo e uma ameaça direta à biodiversidade dos inselbergs. Segundo o pesquisador Dayvid Couto, do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA), restaurar os ecossistemas desses ambientes após a mineração representa um desafio à ciência e exige investimento contínuo em pesquisa e soluções sustentáveis.

A descoberta de 17 espécies que não constavam em inventários anteriores reforça a importância de novos levantamentos e do aprofundamento científico sobre essas formações. Para os pesquisadores, proteger e aproveitar o potencial dessas espécies pode ser um passo essencial para conciliar desenvolvimento econômico com preservação ambiental.

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