A Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), por meio do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação (PPGec), está contribuindo com a missão Biomass, da Agência Espacial Europeia (ESA), dedicada ao monitoramento das florestas e do carbono armazenado nelas. A atuação ocorre por meio da participação no projeto internacional GEO-Trees, uma rede científica voltada à coleta e validação de dados em solo, fundamentais para a acurácia das informações obtidas por satélites.A missão Biomass é pioneira ao utilizar um radar de banda P, capaz de atravessar copas densas para medir estruturas como troncos e galhos — componentes florestais onde se concentra a maior parte do carbono vegetal. A partir dessas medições, é possível estimar a biomassa florestal e compreender melhor a dinâmica do ciclo do carbono, essencial para estudos sobre mudanças climáticas.Apesar do avanço tecnológico dos satélites, os dados coletados em campo permanecem indispensáveis. Em especial nas florestas tropicais, como a amazônica, a diversidade de espécies dificulta a classificação remota, exigindo validação feita por especialistas em solo. É nesse contexto que os pesquisadores da Unemat atuam, realizando medições em áreas como o município de Porto Alegre do Norte (MT), integrando uma rede internacional de ecologistas, silvicultores e cientistas do sensoriamento remoto.O GEO-Trees também busca promover maior equidade científica, apoiando pesquisadores do Sul Global — regiões que concentram grande parte da biodiversidade mundial — com financiamento e protocolos padronizados para coleta de dados.
