Biomassa BR

Novo processo para retirada de açúcares se mostrou bem mais eficiente na produção de produtos sustentáveis

Cientistas norte-americanos desenvolveram um processo mais eficiente para extrair açúcares da madeira, do milho e outros resíduos orgânicos de florestas e fazendas. De acordo com eles o processo contribui para criar uma matéria-prima renovável que poderá servir como um substituto mais barato e sustentável do petróleo na produção de produtos químicos e combustíveis.

Na opinião do diretor associado do Centro de Pesquisa da Universidade de Delaware (UD) nos Estados Unidos, Basudeb Saja, a pesquisa visa contribuir com setor renovável, sem tirar o valor como alimento do produto. "Para produzir produtos químicos e combustíveis mais ecológicos estamos trabalhando com material vegetal, mas não queremos competir com seu valor alimentar" ressaltou ele.

Saja destacou que os materiais utilizados são biomassas que de certa forma são descartadas, mas que possuem um grande potencial energético. "Então, em vez de tomar o milho e extrair seus açúcares para produzir etanol, estamos fazendo uso dos talos e espigas que sobraram depois que o milho é colhido, bem como outros tipos de lixo como as aparas de madeira e os cascos de arroz" explicou ele.

Nos últimos anos o uso de resíduos orgânicos tem crescido consideravelmente. Conhecida como biomassa lignocelulósica, os resíduos são utilizados para criar produtos químicos para a produção de biocombustíveis, plásticos biodegradáveis, produtos farmacêuticos e cosméticos. Além disso, as biorrefinarias também estão lutando para encontrar um estoque constante de matérias-primas e assim reduzir os custos de processamento.

Entre os obstáculos encontrados pelos pesquisadores está a dificuldade em destruir os resíduos, como as aparas de madeira e as espigas de milho. "A lignina que faz suas paredes celulares tão difíceis e robustas atua como superliga, segurando fortemente os açúcares" comenta o diretor.

O processo desenvolvido na UD foi idealizado para contribuir justamente nesse quesito. O processo usa apenas um passo, ignorando o passo de pré-tratamento usado em biorefinarias para desintegrar a lignina dos polímeros de açúcar. A nova tecnologia integra o passo de pré-tratamento e a hidrólise de celulose e hemicelulose em uma panela e opera a temperaturas consideravelmente mais baixas (85 ° C) e um tempo de reação mais curto, tornando o método mais eficiente em água e energia.

Uma solução concentrada de um sal inorgânico na presença de uma pequena quantidade de ácido mineral é a chave para o novo processo. Arquivado como um pedido de patente internacional pela UD, a solução invade as partículas de madeira ou outra biomassa, permitindo que a solução interaja com as fibras. De acordo com Saja, a solução é eficiente o suficiente para fornecer rendimentos teóricos de açúcar de 95%.


Fonte: Thayssen Carvalho - Biomassa BR


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