Primeiro trimestre de 2024 bate recorde no número de migrações para o mercado livre de energia, diz CCEE

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5.360 novos consumidores já chegaram ao segmento entre janeiro e março

O mercado livre de energia no Brasil continua atraindo um número crescente de consumidores, conforme dados divulgados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). No primeiro trimestre deste ano, houve um recorde de migrações para esse segmento, superando o total registrado em todo o ano de 2022. A responsável pelo crescimento, segundo a Câmara, foi a flexibilização dos critérios de acesso em janeiro, que impulsionou o mercado, levando 5.360 novos consumidores a aderir à modalidade livre.

O varejo, por exemplo, foi a preferida por cerca de 72% dos novos aderentes, optando por ser representados por um comercializador varejista, responsável por facilitar o ingresso do cliente e gerenciar os contratos de energia, segundo a CCEE. Vale pontuar ainda que no mercado livre, os consumidores têm a liberdade de escolher seu fornecedor de energia, personalizando o atendimento e negociando condições de acordo com suas necessidades.

Em nota, a CCEE destaca que tem trabalhado em conjunto com as empresas do setor para garantir processos de migração mais ágeis e transparentes. Além disso, tem flexibilizado processos internos para facilitar a entrada dos interessados no ambiente dentro dos prazos desejados.

Atualmente, o mercado livre representa 38% do consumo total de energia elétrica no Brasil e continua a crescer. A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) já registrou aproximadamente 19,3 mil consumidores interessados em migrar para o mercado livre ao longo de 2024, além de 650 pedidos para 2025.

No primeiro trimestre de 2024, por sua vez, os estados do Sudeste e Sul lideraram as migrações, com São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul sendo os principais destaques. Entre os setores que mais migraram para o mercado livre estão o Comércio, Serviços e Manufaturados Diversos.

O que dizem especialistas sobre o assunto

Durante o Fórum Regional de Geração Distribuída (Fórum GD), Fábio Azevedo, especialista da Merx Energia, trouxe apontamentos sobre o mercado livre de energia. Na ocasião, ele conta sua experiência no setor, bem como destaca como o setor evoluiu o debate sobre esse tipo de modalidade e o que se pode esperar com a migração de consumidores após a flexibilização da portaria 50, do Ministério de Minas e Energia, que permitiu a entrada de todos os consumidores ligados a alta tensão, independente do volume da demanda.

"Para saber o que vai acontecer no Brasil é só olhar para países de ponta. A gente nunca vai ser de ponta, mas nunca vai quebrar. Então se a gente olhar Japão, Alemanha, França, todo país organizado, todo o mercado já é livre. Outros países estão em transição como México, Estados Unidos, Canadá, os quais possuem questões particulares porque lá cada província tem sua regra, então acaba que às vezes a pessoa não quer e não quer e pronto. Mas em geral todo país competitivo é 100% livre. Se é lá, aqui também vai ser, não tem porque não ser" explica Azevedo.

"O custo de energia dos meus clientes caiu em média 35%. Isso é melhor para a indústria. E aí o cara diz, se o custo dele caiu, ele não vai investir em geração, mas é falso. Porque o cara investe em geração é porque ele tem dinheiro. Porque se o cara está pressionado, o cara não vai investir em geração. Contudo, a hora que der um alívio no bolso dele, ele pode aumentar tudo" complementa o especialista.

A palestra completa de Azevedo pode ser acessada no canal oficial do Grupo FRG Mídias & Eventos, no YouTube, a partir do link: https://www.youtube.com/watch?v=9f-9sDu7BMk.

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