Governo de Mato Grosso do Sul reduz ICMS sobre biogás para impulsionar setor sucroenergético

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Estado possui 17 usinas de bioenergia do setor de cana-de-açúcar e é o terceiro maior exportador de etanol, com US$ 98 milhões

Representantes do setor sucroenergético e diversas lideranças políticas reuniram-se na última semana em Nova Alvorada do Sul, Mato Grosso do Sul, para a abertura da Expocanas 2024, a maior feira do segmento no estado. Durante o evento, o Governo estadual, em conjunto com a iniciativa privada, revelou medidas destinadas a estimular a indústria sucroenergética e fomentar novas oportunidades de negócios em Mato Grosso do Sul.

Na ocasião, o governador Eduardo Riedel, acompanhado pelos secretários de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, e de Governo e Gestão Estratégica, Rodrigo Perez, enfatizou o compromisso do governo em proporcionar um ambiente propício ao mercado, visando a geração de renda e emprego para os sul-mato-grossenses.

“Da nossa parte, estamos assumindo o compromisso de reduzir a alíquota de ICMS sobre o biometano de 17% para 1,8%, para estimular o setor de bioenergia no Estado e torná-lo cada vez mais competitivo. O posicionamento estratégico do Mato Grosso do Sul diante do Brasil e do mundo está focado em segurança alimentar, transição energética e sustentabilidade ambiental” destaca o governador.

A empresa Atvos, uma das principais produtoras de biocombustíveis do país, também anunciou durante o evento a construção de sua primeira unidade de biometano a partir de resíduos da cana-de-açúcar. A planta, localizada em Nova Alvorada do Sul, onde a empresa já possui uma unidade responsável pela produção de etanol, receberá investimentos superiores a R$ 350 milhões.

"Agradecemos o apoio do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul e da prefeitura de Nova Alvorada do Sul, por criarem as condições necessárias para o desenvolvimento de novos negócios na região. Acreditamos que essa parceria entre as iniciativas público e privada é fundamental para ampliar a geração de riquezas, movimentar a economia, fortalecer a cadeia produtiva e garantir prosperidade para a sociedade em geral”, declarou Bruno Serapião, CEO da Atvos.

Com a nova instalação, a empresa reforça seu compromisso com o desenvolvimento socioeconômico do estado. A fábrica de biometano na Unidade Santa Luzia (USL) terá capacidade instalada de 28 milhões de metros cúbicos de biometano.

Quem também comentou o potencial do estado foi o presidente da Associação de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (BIOSUL), Amaury Pekelman. O especialista trouxe números significativos do setor e acredita que o estado alcance a segunda posição na produção de etanol no país em breve.

“Mato Grosso do Sul é o quarto produtor de etanol no Brasil e a tendência é crescer cada vez mais junto, com um trabalho de longo prazo. Pelas projeções que estamos fazendo, o Mato Grosso do Sul nas próximas duas safras pode ser o segundo maior produtor de etanol no Brasil. E isso mostra que o Governo está olhando para novas tecnologias e redução de carbono” ressaltou ele.

Potencial Sucroenergético do Mato Grosso do Sul

Vale pontua que o setor sucroenergético representa hoje 16% do PIB industrial do estado, com 800 mil hectares de cana-de-açúcar plantada em 42 municípios. Nova Alvorada do Sul lidera o ranking nacional de maiores lavouras de cana-de-açúcar, com 116 mil hectares. Na safra 2023/2024, Mato Grosso do Sul foi responsável por 52,4 milhões de toneladas de cana moída, 3,8 bilhões de litros de etanol (cana e milho), 2,2 milhões de toneladas de açúcar e 2 milhões de MWh de energia elétrica. O setor gera 30 mil empregos diretos e 90 mil postos de trabalho indiretos, com uma das melhores médias salariais na indústria e na agricultura.

Alinhado com o programa de Governo de um Estado Carbono Zero, o setor sucroenergético de Mato Grosso do Sul produz 3,4 milhões de CBIOs (Créditos de Descarbonização) gerados pelas usinas em operação no estado a partir da produção de etanol. Esse volume corresponde a 3,4 milhões de toneladas de CO2 evitadas na atmosfera. Atualmente, o estado possui 17 usinas de bioenergia do setor de cana-de-açúcar e é o terceiro maior exportador de etanol, com US$ 98 milhões. O etanol sul-mato-grossense é exportado para 35 países, incluindo Holanda, Canadá, China, Egito, Iraque, Portugal, Rússia, Uruguai e Bangladesh.


Fonte: Biomassa BR com informações da SEMADESC.

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