Bioeletricidade bateu recorde de produção em 2023, diz especialista

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Novo levantamento da UNICA revela aumento de 3.732 GWh na matriz energética por meio da safra canavieira

No ano passado, a geração de energia para a rede a partir da fonte biomassa atingiu 29.285 GWh, conforme revelado por um levantamento inédito da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA).

Os dados, baseados nas medições de janeiro a novembro e na medição preliminar de dezembro da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), representam um recorde anual na produção de energia elétrica por meio da biomassa, abrangendo bagaço e palha de cana-de-açúcar, biogás, lixívia, resíduos de madeira, entre outros.

Segundo Zilmar Souza, Doutor em engenharia de produção e pós-doutor em economia, ressalta que houve um aumento de 3.732 GWh, marcando um crescimento de 14,6%. Essa ascensão foi fortemente impulsionada pela safra canavieira, onde a biomassa da cana (bagaço e palha) é a principal fonte na geração de bioeletricidade no Brasil.

Em seu relatório, a UNICA pontua que, durante a safra 23/24, a moagem na região Centro Sul atingiu 644,14 milhões de toneladas de cana entre 1º de abril de 2023 e 1º de janeiro de 2024, em comparação com os 542,39 milhões de toneladas do ciclo 22/23, representando um avanço de 18,76%.

A contribuição estratégica da bioeletricidade para o setor elétrico brasileiro em 2023 foi notável, equivalendo a suprir o consumo integral de energia elétrica da indústria brasileira por dois meses em 2023 ou atender todo o consumo da região Centro-Oeste por mais de oito meses.

Esses dados evidenciam a importância estratégica da bioeletricidade para o setor elétrico brasileiro, mostrando oportunidades para expandir sua presença na matriz.

"Uma expansão robusta e regular da bioeletricidade, tanto no mercado regulado quanto no mercado livre (que passa a ganhar mais representatividade), proporcionará cada vez maiores volumes de uma energia renovável, sustentável, não intermitente e efetivamente complementar à fonte hidrelétrica, poupando água nos reservatórios, principalmente no submercado Sudeste/Centro-Oeste, ao mesmo tempo proporcionando uma real modicidade nas contas do consumidor, sobretudo, em momentos de escassez hídrica, por serem térmicas renováveis que representam reservatórios virtuais no sistema" pontua ele.

"A abertura total do ambiente livre para a alta tensão, seguindo para a média e baixa tensão no futuro, o funcionamento adequado das liquidações financeiras no mercado de curto prazo, um desenho que estimule a participação da biomassa nos leilões de reserva de capacidade, a retomada dos leilões de energia nova em virtude do crescimento econômico, a valoração dos atributos ambiental e geoelétricos da bioeletricidade, a demanda por fontes não intermitentes na produção de hidrogênio renovável etc. são algumas das questões que devem abrir oportunidades para a bioeletricidade continuar expandindo na matriz elétrica brasileira e apresentando uma oferta estratégica, renovável e sustentável para o setor elétrico brasileiro nos próximos anos" complementa.

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