Produção de biocombustível na aviação está sendo debatida entre Brasil e Japão

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Descarbonização do setor aéreo também entrou em debate durante a COP 28

Brasil e Japão estão engajados em um diálogo sobre a produção de Combustíveis de Aviação Sustentável (SAF) a partir do etanol, o biocombustível produzido a partir da cana-de-açúcar.

Após a realização da 28ª Conferência do Clima, COP 28, em Dubai, especialistas brasileiros, representantes do governo e do setor privado viajaram para Tóquio, no Japão, visando discutir a descarbonização do setor aéreo. O foco principal, segundo a União da Indústria da Cana de Açúcar e Bioenergia (UNICA), é o desenvolvimento do SAF, conhecido como Combustível Sustentável de Aviação, a partir do etanol, uma fonte de energia renovável produzida no Brasil há mais de 40 anos.

Na ocasião, o presidente da instituição, Evandro Gussi, pontuou a importância do diálogo entre as partes.

“Queremos proporcionar uma oportunidade de cooperação e diálogo entre especialistas, formuladores de políticas, reguladores e representantes da indústria do Japão e do Brasil sobre o potencial do etanol no desenvolvimento de SAF” explicou ele.

Ainda segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) o SAF pode contribuir com cerca de 65% da redução de emissões necessária para o transporte aéreo atingir a neutralidade de CO2 em 2050. Dessa forma, o Japão, com metas ambiciosas, estabeleceu o mandato para o uso de 10% de SAF em 2030 para voos internacionais em aeroportos japoneses, estimando uma demanda de 1,7 bilhão de litros por ano. Contudo, para colocar tudo isso em prática será necessário aumentar a produção do biocombustível, sendo o Brasil uma boa alternativa para negócios.

Evandro Gussi enfatiza que o etanol produzido no Brasil atende a todas as diretrizes internacionais de sustentabilidade, com o programa RenovaBio estabelecendo a meta de desmatamento zero para as usinas certificadas. Além disso, ele destaca que no Brasil não se aplica a competição entre alimentos e combustíveis (food versus fuel), pois o país adotou um modelo de produção alinhado ao Sistema Integrado de Produção de Alimento e Energia da FAO.

“Com as matérias-primas disponíveis para a produção de etanol e a possibilidade de crescimento sustentável da produtividade, o Brasil tem o potencial para contribuir com a diversificação das fontes de energia no transporte aéreo japonês. Seja fornecendo insumos para a produção de SAF ou disponibilizando combustível sustentável para as aeronaves", finaliza ele.


Fonte: Portal Biomassa BR

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