Setor Sucroalcooleiro terá seu potencial de hidrogênio mapeado por pesquisadores

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Objetivo é criar biocombustível e endereçá-lo a aviação a partir do gás renovável criado pela biomassa.

Um mapeamento do setor sucroalcooleiro está sendo idealizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP). A novidade foi divulgada pela Agência de Notícias da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) na última semana.

O objetivo, segundo a agência, é estimar o potencial que o setor sucroalcooleiro apresenta para a produção de hidrogênio (H2) no país, principalmente de usinas de etanol de todo o país. Ao todo são 358 de cana-de-açúcar e 21 de milho, segundo números atualizados.

“A ideia é extrair o hidrogênio da biomassa que sobra da produção e do próprio etanol da cana-de-açúcar” explica a FAPESP

O projeto envolve pesquisadores de diversas instituições como o Grupo de Pesquisa em Bioenergia (GBio) do Instituto de Energia e Ambiente (IEE-USP) e do Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído por FAPESP e Shell na Escola Politécnica (Poli-USP).

Suani Teixeira Coelho, professora do Programa de Pós-Graduação em Energia da USP e coordenadora do projeto, ressalta que o gás renovável poderá virar biocombustível para diversos setores, incluindo a aviação.

“O hidrogênio tem aparecido cada vez mais como vetor energético importante para a descarbonização de diferentes setores, incluindo o da aviação. O mais divulgado atualmente é o hidrogênio produzido a partir da eletrólise da água usando energia solar ou eólica, mas há também as rotas desenvolvidas a partir da biomassa, que são bastante competitivas” explica a ela segundo a agência FAPESP

Dentre os principais produtos criados a partir do hidrogênio a partir da biomassa, por sua vez, estão a produção de fertilizantes, de combustível para ônibus e automóveis e combustível sustentável de aviação.

Coelho pontua ainda que todo o potencial das usinas brasileiras será explorado, bem como todo o projeto contará com apoio tecnológico e financeiro da FAPESP e também pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

“Vamos analisar as usinas que temos no Brasil – o quanto produzem de cana-de-açúcar, de etanol e o potencial que pode ser produzido de biogás a partir dos subprodutos do processo. A partir desses dados, vamos estimar a quantidade de hidrogênio que poderíamos produzir a partir de diferentes rotas: fazendo a reforma [quebrando as moléculas] do etanol e do biogás, além da eletrólise da água utilizando a eletricidade excedente local. Estamos começando agora e essa primeira etapa deve durar aproximadamente um ano. Se conseguirmos financiamento adicional, mapearemos outras fontes de biomassa também” finaliza ela.


Fonte: Biomassa BR e Agência FAPESP

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