A produção de hidrogênio renovável a partir de biomassa no estado do Paraná vem sendo debatida pelas autoridades.Na última semana, o governador Carlos Massa Ratinho Junior abordou o assunto durante a abertura em um evento sobre sustentabilidade na agropecuária realizado em Curitiba, assim como pontuou as iniciativas criadas pelo governo do estado em prol da descarbonização a partir dos rejeitos agropecuários no campo, provenientes principalmente do cultivo de cana-de-açúcar, mandioca e da cada vez mais elevada produção de proteína animal.Para o secretário estadual do Planejamento, Guto Silva, o estado se encontra em uma das maiores janelas de transformação no país e o hidrogênio renovável está no centro dessa transição. “Nosso Estado tem toda condição de liderar a questão de transição energética no mundo, que está olhando o hidrogênio como o combustível dessa nova era. As pesquisas apontam que esse hidrogênio, a grande força matriz, será oriunda de biogás e biomassa, da qual o Paraná, pela nossa produção de frango, suíno e cana-de-açúcar, tem condições de liderar, visto o volume de biomassa e biogás, gerado no Estado. É nessa cadeia que estamos apostando ", pontuou ele.Já na opinião de Rodrigo Régis, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) no Paraná, a eficiência da produção energética do gás é bastante positiva. Segundo ele, além de aumentar a produção, o hidrogênio será um vetor importante de eficiência energética não só na descarbonização da economia, como também na necessária transição energética na indústria.No encontro, Régis ainda ressaltou a importância da aproximação da nova matriz, mostrando que o grande ponto da transição energética no mundo passa pela biomassa e que o Paraná tem grande potencial para desenvolver essa nova cadeia. “O cooperativismo, as lideranças do agronegócio, têm um papel muito importante nisso, em disseminar as ações que o Estado está fazendo e os incentivos, como a desoneração da cadeia, que vai gerar maior segurança jurídica e retorno dos investimentos. É importante que as lideranças do agronegócio consigam disseminar isso, para interiorizar esses investimentos e efetivamente fazer desenvolver essa cadeia e gerar resultados para o Estado” explicou Régis. Por fim, quem também comentou o assunto, foi o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken. Na ocasião ele reforçou o quanto o cooperativismo pode ajudar na produção do hidrogênio renovável.“As cooperativas têm grandes investimentos em agroindústria e, em especial, na área animal. Há muito passivo ambiental nessa área e, se a gente não investir em uma solução para os dejetos, isso pode inviabilizar, inclusive, vários investimentos futuros.Ainda há muito o que fazer, tudo precisa estar regulamentado e a solução não vem de imediato, mas a médio e longo prazo isso deve ser a salvação, talvez, das próprias atividades” finalizou.Fonte: Biomassa BR