Brasil está atrasado na destinação adequada do lixo

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Dados da ABREN revelam que ainda 39,5% dos resíduos é encaminhado para lixões

A produção de energia através do lixo vem ganhando espaço no Brasil, porém está longe de ser um resultado satisfatório. O país ainda precisa vencer a destinação incorreta dos resíduos sólidos, o qual ainda é bastante deficiente se comparada a outros países pelo mundo.

Na última semana, a Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (ABREN) destacou que a gestão de resíduos no Brasil ainda é um desafio e tenta ser vencido há anos. O país se encontra entre os cinco que mais geram lixo no mundo, já que são responsáveis por 82 milhões de toneladas anuais e apenas 3% é de fato reciclado.

Além de tudo isso, a destinação inadequada para lixões também acontece. Cerca de 39,5% segundo a instituição ainda é destinada a lixões a céu aberto. Um problema grave para o panorama do país que mostra o quanto ele está atrasado em relação a outras nações que inclusive utilizam a recuperação energética como alternativa.

A fonte para o Brasil pode ser uma das principais formas de destinar o lixo de forma adequada segundo a ABREN. Ela já consta na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída em 2010, porém ainda é praticamente inexistente já que a primeira usina ainda está em fase de construção.

A boa notícia é que a recuperação energética foi tema debatido na última COP27, onde os principais objetivos a busca por acordos para reduzir a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEEs) e mitigar as catástrofes das mudanças climáticas foram estabelecidos. Assim há grandes chances do país olhar com mais carinho para este tipo de produção de energia, pois a quantidade de metano gerado pelos resíduos em aterros sanitários é ainda um problema grave.

“A geração de metano a partir de aterros é uma das principais fontes de emissão de GEEs para a atmosfera. De acordo com um estudo do Banco Mundial, cerca de 1,2 bilhão de toneladas de resíduos sólidos não recicláveis são depositados em aterros anualmente. O Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC) estimou que, para um horizonte de 20 anos, o efeito de uma tonelada de metano equivale a 80 toneladas de dióxido de carbono. Com base nesses dados, é possível aferir que a geração global de metano de aterros sanitários é equivalente a algo entre 1,5 bilhão e 4,3 bilhões de toneladas de dióxido de carbono” explica a ABREN em seu site.

A instituição ainda complementa que a recuperação energética tem seus benefícios comprovados através de estudos, bem como reduzem em até 8 vezes as emissões de gases poluentes.
“A recuperação energética, por outro lado, além dos benefícios já listados, é comprovadamente a solução mais eficaz para a mitigação dos GEEs do lixo urbano, conforme consta no 5.º Relatório do IPCC. Segundo o estudo, as usinas de recuperação energética reduzem em 8 vezes as emissões de gases de efeito estufa quando comparadas a aterros com sistema de captura de metano, pois apenas 50% do metano é passível de captura em aterros sanitários, e são a forma mais eficaz para mitigação dos gases de efeito estufa dos RSU” pontua a instituição.

Fonte: Biomassa BR

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