Bagaço da Maçã poderá ser utilizado para produção de biogás

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Estudo sobre o alimento faz parte de pesquisa desenvolvida pela UNICAMP e UFABC e se mostra bastante promissor.

A produção de biogás tem sido cada vez mais escolhida para driblar o uso de combustíveis fósseis no Brasil. Dados da Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen) mostram que o produto teve um crescimento importante no último ano e as expectativas são ainda mais promissoras para 2023.

Hoje, o resíduo mais utilizado para a produção de biogás segundo a plataforma BiogásMap é da agropecuária como dejetos de animais e bagaço de produções como a cana-de-açúcar, por exemplo. Contudo uma pesquisa desenvolvida pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) em parceria com Universidade Federal do ABC (UFABC) mostra que o bagaço da maça também pode se tornar uma boa alternativa para a produção do combustível renovável.

O estudo, que foi publicado na revista Biomass Conversion and Biorefinery, destacou a importância da valorização do bagaço da fruta para a produção do biogás, assim como seus benefícios para o desenvolvimento da bioeconomia circular com a utilização da tecnologia de digestão anaeróbica a seco, a qual permite a degradação da matéria orgânica por microrganismos anaeróbicos.

O interesse na fruta, segundo a pesquisa, veio do seu autoconsumo, uma vez que além da maçã in natura, ela também pode ser utilizada na produção de sucos, vinagres entre outros alimentos, porém seus resíduos ainda não possuem uma destinação adequada.

“Os subprodutos gerados pela indústria de processamento de maçã são geralmente descartados sem aplicação posterior. Este estudo abordou a valorização do bagaço de maçã utilizando a tecnologia de digestão anaeróbia a seco em modo semi-contínuo” explica a pesquisa.

De acordo com os autores, os parâmetros operacionais, ácidos graxos voláteis, comunidade microbiana e produção de biogás foram analisados durante 40 dias de digestão, assim como várias questões analisadas e calculadas a fim de colaborar com uma biorrefinaria anaeróbia na indústria de processamento de maçã.

“O potencial de produção de bioenergia, as emissões evitadas de gases de efeito estufa e o balanço energético foram calculados para determinar as possibilidades de implementação de uma biorrefinaria anaeróbia na indústria de processamento de maçã. Os resultados mostraram uma comunidade microbiana do reator composta por bactérias (97,5%) e Archaea(2,5%), onde Amphibacillus foi o gênero dominante” explica o estudo.

Depois de todas as análises de biodigestão o estudo chegou ao resultado que o bagaço da maçã também pode ser utilizado para gerar biogás e consequentemente energia elétrica a partir dele.

“A bioenergia recuperada poderia suprir 19,18% de eletricidade e 11,15% de calor do reator anaeróbio utilizado no processo de biorrefinaria anaeróbia projetada. Em conclusão, a digestão anaeróbia pode ser uma abordagem promissora para o manejo do bagaço de maçã, diminuindo as emissões de gases de efeito estufa e contribuindo para a transição da economia circular da indústria de processamento de maçã ", finaliza ele.

Fonte: Biomassa BR

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