Carros Elétricos: Reaproveitamento de baterias após uso já está sendo estudado

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Projeto experimental desenvolvido da UFSC tem trazido resultados para o setor

A chegada de veículos elétricos no mercado automobilístico tem movimentado um leque de outros serviços. Ricardo Ruther, professor e doutor especialista da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) afirma que conforme a adesão de veículos for aderida no país, o oferecimento de uma infraestrutura para a abastecê-lo também se tornará uma opção de negócio, assim como existirá a necessidade de encontrar soluções para futuras baterias sem uso.

Um projeto experimental desenvolvido pela UFSC vem tentando sanar essa lacuna, cuja a ideia é tentar diminuir o uso da rede elétrica pela instituição em horários de pico, assim como dar destino adequado as baterias que ficaram sem uso com o passar dos anos ligados aos veículos elétricos.

Durante sua palestra no Fórum GD - Região Sul nesta terça-feira, Ruther explicou mais sobre o projeto. Na ocasião o mesmo destacou que o ônibus elétrico é carregado por quatro vezes ao longo do dia, assim como leva em torno de uma hora para recarregá-lo. A energia vem parte da energia solar instalada no laboratório, assim como outra parte vem da rede de distribuição da cidade.

Contudo, segundo o professor o uso da rede tem sido em horários de pico, ou seja, horários onde a energia é mais cara. Neste caso, o projeto de reaproveitamento serviu justamente para dar solução ao problema e, ao mesmo tempo, permitir que o descarte de baterias elétricas de lítio fossem reutilizadas de forma importante.

O projeto então utiliza a segunda vida da bateria de lítio utilizada pelos veículos elétricos da para armazenar energia solar ao longo do dia e assim usar a energia da bateria a todo momento em que houver déficit solar, evitando o uso da rede em horários de pico.

“No momento de ponta eu tenho um problema bem sério, me custa muito caro essa carga. E para isso agora a gente está começando a propor o uso das baterias descartadas dos próprios veículos elétricos, isso se chama de segunda vida das baterias. Mesmo a bateria de lítio do carro elétrico como a bateria estacionária que eu vou usar como pulmão para o meu carregador. Num futuro próximo vai sobrar, vai ser descartada tantas dessas baterias que é muito maior que a capacidade de absorver baterias que o mercado fotovoltaico vai ter” explica ele.


Projeto propõe o reaproveitamento das baterias até o tempo que a reciclagem precisa

Com o crescimento da eletromobilidade, o uso de baterias a serem descartadas no futuro também crescerá segundo Ruther. Neste caso o projeto propõe fazer o reaproveitamento da segunda-vida das baterias dos carros elétricos até que a mesma atinja a necessidade de reciclagem.

“A gente está propondo agora na eletromobilidade o que é que se faz com essas baterias todas que vão sobrar. Vão ser descartadas? Vão para o lixo? Ou vão ser recicladas diretamente? Não! Antes de reciclar a gente ganha o tempo necessário para que até a reciclagem ganhe o volume que ela precisa para se reabilitar economicamente usando essas baterias de segunda vida numa aplicação estacionária” comenta o professor.

O projeto está acontecendo desde 2018 e tem a parceria com a Nissan segundo Ruther.


Fonte: Portal Biomassa BR

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