INMETRO inicia projeto com foco na produção de Nanomaterial produzido a partir de biomassa

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Convênio foi assinado na última semana e engloba fabricação em grande escala do óxido de grafeno, nanomaterial vindo da lignina.

A produção de bioprodutos através da biomassa vinda do papel tem sido fomentada no Brasil. Na última semana, o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO) assinou um novo convênio de pesquisa, o qual tem como foco o desenvolvimento do projeto intitulado como “Uso de fontes renováveis para fabricação de óxido de grafeno e aplicação em nanocompósitos poliméricos”.

O mesmo tem sido desenvolvido entre uma parceria do INMETRO com a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e visa viabilizar a fabricação em grande escala do óxido de grafeno, um nanomaterial criado sem a utilização de solventes tóxicos e agressivos e que tem como principal matéria-prima a lignina, um subproduto da Indústria do papel, ou seja, de fontes renováveis.

De acordo com Periceles Vianna, presidente substituto do INMETRO, o bioproduto será utilizado em aplicações industriais e tecnológicas, assim como terá apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Cerca de 1,9 milhões de reais será concedido pela Finep, segundo o instituto.

Outro ponto destacado pelo INMETRO é o estabelecimento de rotinas de caracterização e aplicação do biografeno em compósitos poliméricos. Já a UFJF tratará do conhecimento mecânica, morfológica, estrutural e térmica dos materiais produzidos.

O nanomaterial produzido, segundo a universidade, conta com um grande potencial de gerar um produto final mais resistente. Dessa forma o mesmo consegue substituir o atual utilizado nos processos industriais e que levam derivados fósseis em sua composição.

Em nota, o pesquisador UFJF e coordenador do projeto, Benjamin Fragneaud destaca que que o projeto possibilita, em última instância, a produção de materiais de alto valor agregado, igualmente competitivos aos comercializados atualmente.

Quem também comenta o assunto é Indhira Oliveira Maciel, pesquisadora e integrante do estudo. A mesma afirma que a produção do nanomaterial impacta no desenvolvimento de importantes indústrias nacionais, como a de construção civil e o projeto pode contribuir de forma satisfatória para o desenvolvimento científico e também aplicação industrial.

“Existe sempre uma barreira entre desenvolvimento científico e aplicação industrial de materiais. Isso envolve produção em larga escala e controle de qualidade a longo prazo. Este projeto pretende transpor esta barreira ``, comenta ela.

Vale destacar também que a parceria entre ambas as instituições será bastante significativa. Isso porque os pesquisadores do Instituto de Ciências Exatas (ICE) da UFJF contam com vasta experiência na fabricação de nanocompósitos de óxido de grafeno.

“Aqui na Universidade, esse nanomaterial é utilizado em dispositivos eletrônicos e sensores de gás. As aplicações ao nível geral, no entanto, têm alcance muito maior; é possível utilizá-lo em, basicamente, todo produto que conta com revestimento em plástico, por exemplo. O problema é que, em escala industrial, a produção do óxido de grafeno é extremamente ‘’suja’’, utiliza ácidos agressivos. Então, por que não consolidar uma alternativa verde?” explica Fragneaud.

Por fim, os pesquisadores da UFJF destacam que a pesquisa desenvolvida junto ao INMETRO faz parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), os quais foram estabelecidos pela ONU. A mesma entra para dois objetivos em específico que são o ODS 9, voltado para Indústria, Inovação e Infraestrutura e também ao ODS 12, o qual se refere ao consumo e produção responsáveis.

Fonte: Biomassa BR

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