Produção de Hidrogênio Verde através do processamento bioquímico do amido da mandioca está sendo estudado

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Três possibilidades diferentes de produzir hidrogênio verde a partir do processamento da mandioca foram apontadas em estudo divulgado pelo Instituto Nacional de Tecnologia no Brasil.

A produção de hidrogênio verde tem sido cada vez mais estudada no mundo. Na última semana, o Instituto Nacional de Tecnologia (INT) divulgou em nota um estudo desenvolvido pela unidade, o qual tem a produção do hidrogênio através do processamento bioquímico do amido da mandioca como objeto de estudo.

A pesquisa em questão foi desenvolvida por Daniel Fasheun, bioquímico nigeriano em fase de doutorado pela instituição. Inserido no programa CNPq-TWAS, que traz jovens doutores e doutorandos de outros países em desenvolvimento para realizarem suas pesquisas no Brasil, o trabalho usa o amido da mandioca, um recurso abundante tanto aqui como no país de origem do pesquisador bolsista.

Na ocasião, o estudo também traz três possibilidades diferentes para extração do hidrogênio verde a partir do processamento da mandioca. Uma delas envolve a conversão direta do amido. Já outras duas usam o amido pré-tratado pela extrusão seca auxiliada pela biomassa lignocelulósica da cana-de-açúcar. Uma delas ainda passa pela hidrólise do material, gerando o xarope de glicose.

“O processo desenvolvido a partir do amido pré-tratado e xarope obtido, tem apontado para uma maior produtividade na obtenção do hidrogênio” afirma o pesquisador do projeto, Daniel Fasheun

Segundo o INT, o hidrogênio tem sido cada vez mais utilizado como combustível no mundo, contudo seu processo ainda acontece na maioria das vezes pelo gás natural, o qual não é um processo renovável. Neste caso, a descoberta de hidrogênio verde pode fortalecer a perspectiva sustentável da utilização dessa fonte, que tem uma demanda projetada de 200 milhões de toneladas por ano até 2030, segundo a Agência Internacional da Energia.

Em nota, Fasheun, afirma que a pesquisa em questão é capaz não só de gerar o hidrogênio mais limpo, contudo também permite dar destinação correta ao resíduos da biomassa que sobra da mandioca.

“Usamos o amido para produzir o hidrogênio por meio da fermentação escura, um processo microbiano que converte substratos orgânicos em hidrogênio, utilizando o lodo anaeróbio como fonte de microrganismos. Além de produzir hidrogênio renovável, o processo pode ainda dar destino a resíduos, como o amido da própria biomassa residual do processamento da mandioca e o lodo de estações de esgotos ``, afirma.

Quem também comenta o assunto é Viridiana Ferreira-Leitão, chefe da Divisão de Catálise, Biocatálise e Processos Químicos do INT. A mesma destaca que o projeto com o amigo de mandioca proporciona resultados bastante animadores e renováveis ao país.

“Além do amido, trabalhamos com outros resíduos agroindustriais e efluentes. Os resultados são muito animadores, vários desafios experimentais já foram vencidos e nos próximos anos pretendemos expandir essa linha de pesquisa com a produção sequencial de hidrogênio e metano e iniciar estudos de biometanização", finaliza ela.

Fonte: Biomassa BR

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