Perda de carbono em solos convertidos para plantios florestais é de apenas 5% no Brasil

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Informação foi atualizada por estudos da Embrapa Florestas no Paraná.

O maior potencial de mitigação dos gases de efeito estufa (GEEs) pelos plantios florestais foi destacado por novos estudos da Embrapa Florestas no Paraná. Os novos dados mostram que a perda de carbono em solos convertidos para plantios florestais é de apenas 5% e não de 33%, como se acreditava anteriormente.

A boa notícia só foi possível com a inovação da ciência brasileira. A mesma utilizou estudos realizados no Brasil e publicados entre os anos de 2002 e 2019 segundo a Embrapa. Os mesmos também foram realizados em florestas plantadas de eucaliptos, pinus e acácia-negra.

Além disso, os dados também envolveram estudos em vários estados brasileiros. Entre eles estão Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia, Pará e Mato Grosso do Sul. Juntos, os mesmos abrangem 8,6 milhões de hectares de plantios florestais.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Marcos Rachwal, o tipo da planta cultivada interfere na cobertura vegetal e, portanto, pode influenciar os estoques de carbono do solo, alterando o equilíbrio entre o sequestro e as taxas de perdas de carbono.

“O fato de usar um índice da agricultura acabava por penalizar os plantios florestais, pois indicava que cerca de 33% do carbono armazenado no solo era perdido após a retirada de vegetação nativa, pastagem ou agricultura, seguido de conversão para plantios florestais. Comprovamos que, na realidade, esse índice é de 0,95, ou seja, considera uma perda de apenas 5%, o que representa uma grande diferença ``, explica ele.

Quem também comenta o assunto é a pesquisadora Josileia Zanatta, que coordenou o estudo. Em nota, no site da Embrapa, a cientista destaca que o estudo mostrou o potencial do setor florestal plantado para diminuir as emissões de gases poluentes na atmosfera.

“Quando consideramos a conversão de pastagens para plantios de eucaliptos observamos um ganho ainda maior, de 10% nos estoques de carbono no solo. Historicamente, as conversões de pastagens para plantios florestais prevalecem nos biomas brasileiros, desconsiderando a Amazônia, e isso mostra a participação do setor de base florestal no enfrentamento às mudanças do clima ``, reforça ela.

Estudo afirma que alta performance do solo como estucador de carbono

Outro ponto avaliado pelo estudo da Embrapa se refere a alta performance do solo como estucador de carbono. Assim como a biomassa florestal, o volume armazenado pelo solo também se mostra bastante eficaz para agir como sumidouros de metano.

Isso acontece segundo o estudo porque o mesmo é composto por microrganismos presentes no solo chamados bactérias metanotróficas. As mesmas acabam por consumir o metano e contribuir para a redução da concentração do gás na atmosfera.

Sobre a Embrapa Florestas

A Embrapa Florestas vem atuando na pesquisa com florestas e mudanças do clima desde o ano 2000. As florestas apresentam potencial de mitigação da emissão de gases do efeito estufa (GEEs), por meio do sequestro de carbono e da retirada de gases, como metano, da atmosfera. Elas acumulam carbono na sua biomassa e no solo, e também em produtos de origem madeireira.

Fonte: Biomassa BR

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