Novo catalisador metálico desenvolvido pela Embrapa Agroenergia tem favorecido produção de biogás e hidrogênio verde

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Produto ajuda a obter gás de síntese, mistura de hidrogênio e monóxido de carbono, a partir do biogás já purificado

A produção de energia através de biogás, combustível renovável gerado a partir de biodigestores, tem sido cada vez mais fomentado no Brasil. Durante a COP 26, o presidente da Associação Brasileira de Biogás (ABiogás), Alexandre Gardemann, destacou o potencial e as oportunidades do biogás no Brasil e o quanto é possível desenvolver toda a cadeia de biorrefinaria, transformando o biometano em hidrogênio, amônia e metanol.

O Brasil conta hoje com 600 plantas de biogás em operação e apresenta crescimento de 30% ao ano, segundo o especialista. Todo esse potencial inclusive tem feito com que novas tecnologias sejam criadas, a fim de alavancar a produção do gás renovável no país.

Um exemplo disso é uma pesquisa desenvolvida pela Embrapa Agroenergia. Na última semana, a instituição divulgou que os pesquisadores desenvolveram catalisadores para a produção de monóxido de carbono e também de hidrogênio a partir do biogás. No total são dois catalisadores metálicos usados para a obtenção de hidrogênio (H2) e monóxido de carbono (CO) a partir do biogás já purificado.

De acordo com a instituição, as tecnologias criadas, por sua vez, atuam na última etapa do processo, quando o biogás obtido já foi limpo de impurezas e é composto apenas de metano (CH4) e gás carbônico (CO2). O equipamento já foi aprovado em laboratório e agora aguarda parceiros para o seu desenvolvimento em escala industrial.

Para Emerson Schutz, um dos pesquisadores do projeto, os catalisadores contribuírão de forma importante para a adoção da reciclagem dos dejetos animais visto que os mesmos trazem grande potencial tanto para a produção de amônia verde, assim como para fins energéticos.

“Para fins energéticos, o hidrogênio vem sendo bastante pesquisado mundialmente, principalmente após o desenvolvimento das células combustível", ressaltou ele.

Schutz ainda comenta que a demanda por combustível fóssil cresceu muito nos últimos anos devido ao crescimento econômico mundial. Neste caso, investir em fontes alternativas e renováveis se tornou prioridade para minimizar os impactos ambientais. De acordo com ele, a Embrapa foi pioneira em estudos sobre o biogás no país e destaca que o diferencial do catalisador desenvolvido é a sua composição capaz de aumentar o tempo de vida do catalisador. “O catalisador preparado é uma mistura química relativamente barata, porém, suas versões convencionais costumam perder a ação com certa rapidez por causa da deposição de carbono sobre ele” explica.

Para solucionar o problema, no entanto, os pesquisadores da Embrapa caracterizaram e testaram composições formadas por óxidos mistos de níquel, magnésio e alumínio (Ni-Mg-Al) com a adição dos elementos químicos gadolínio (Gd) e praseodímio (Pr), ambos metais de terras raras, com o objetivo de melhorar os processos de reforma a vapor de biogás para a obtenção do gás de síntese.

Quem também comenta o assunto é Itânia Soares. Em nota, no site da Embrapa, a mesma destaca que o biogás também pode ser obtido a partir do aproveitamento de dejetos animais, em sistemas de biodigestão, de biomassa florestal, resíduos de hortifrúti e até efluentes da cultura do dendê (Pome). Dessa forma o mesmo pode ser utilizado em caldeiras ou aquecedores para a geração de calor ou cogeração de energia elétrica.

“Acreditamos que o hidrogênio verde obtido a partir da reforma do biogás possa desempenhar importante papel na obtenção de vários outros produtos, como a amônia verde, por exemplo” finaliza ela.

Fonte: Biomassa BR

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