Projeto visa instalar usina biodigestora em porto paranaense

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Projeto com foco no aproveitamento energético a partir de resíduos orgânicos visa trazer segurança energética e redução de gases poluentes.

Um projeto desenvolvido no Porto de Paranaguá, no Paraná, visa produzir energia elétrica a partir do biogás.

De responsabilidade da empresa pública Portos do Paraná, o porto já deu início aos estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental para implantar uma usina biodigestora no local de modo a criar um aproveitamento energético de resíduos orgânicos.

Em nota, a empresa destacou que os estudos estão sendo desenvolvidos pela Diretoria Administrativa Financeira e de Meio Ambiente em parceria com os especialistas do Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás).

Projeto será utilizado para gerar energia elétrica, combustível veicular e outras aplicações

O projeto é visto como bastante inovador em portos brasileiros. Segundo a Portos do Paraná, a empresa já tinha interesse em investir em projetos sustentáveis através do biogás e a iniciativa saiu do papel quando a mesma participou de um evento mundial sobre o tema.
De acordo com João Paulo Ribeiro Santana, a COP 25 em Madrid serviu de sinalização para o caminho correto sobre o biogás e que foi fomentado ainda mais com o apoio do CIBiogás para a montagem dos biodigestores.

“Esses equipamentos são uma grande estrutura, onde se coloca matéria orgânica, que é digerida por bactérias e se transforma no que se denomina biogás. Esse biogás pode ser utilizado de diversas formas: para movimentar motores, geradores, veículos” reforçou Santana.

Atualmente as instalações portuárias utilizam a energia elétrica de forma intensa o que eleva a conta de luz também. O projeto desenvolvido no Porto de Paranaguá será pioneiro neste tipo de iniciativa e pretende sanar esse problema, segundo Daiana Gotardo, coordenadora de Engenharia no CIBiogás.

“Não se tem conhecimento de porto que tenha iniciativa desse tipo. É, sem dúvida, o primeiro projeto de biogás em portos no Brasil” explicou ela.

A especialista também reforçou que a implementação dos biodigestores permitirá modificar a matriz energética do porto e depender cada vez menos dos derivados do petróleo.
“Vamos trabalhar com o Porto de Paranaguá em um estudo para avaliar a viabilidade técnica, econômica e ambiental para produção de biogás e seu aproveitamento energético, seja ele elétrico ou biometano” explicou ela.

Biodigestores utilizarão resíduos de grãos que caem da movimentação portuária

Santana, por sua vez, explicou também como os biodigestores foram implantados no porto. Segundo ele, os grãos que caem da movimentação portuária são resíduos nobres e serão utilizados para a geração de energia.

“E não só grãos, mas farelo de trigo, de soja. Atendemos a lei, enviamos tudo isso para compostagem ou aterro sanitário. Do ponto de vista legal, estamos corretíssimos. Porém, queremos ir ao encontro do que vimos e expusemos na ONU, na COP 25” afirmou ele.

A expectativa é que após a instalação da usina, a energia elétrica gerada através do biogás seja abatida na conta de energia elétrica do porto paranaense.

Além da eletricidade, o CIBiogás reforça que o biogás também consegue movimentar motores em geral e o digestato, bioproduto criado a partir dele, utilizado como fertilizante no futuro, na recuperação de áreas degradadas no entorno das baías de Paranaguá e Antonina.

Fonte: Biomassa BR

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