Resíduos de podas de árvores estão sendo usados na fabricação de móveis e objetos de madeira

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Iniciativa faz parte de projeto brasileiro premiado na competição No Waste Challenge no último mês.

Uma iniciativa desenvolvida por pesquisadores da USP vem utilizando podas de árvores na fabricação de móveis, brinquedos e pequenos objetos de madeira.

Criado pelo Dapoda – Laboratório Vivo Design, projeto que reúne estudantes de arquitetura e urbanismo, design, artistas plásticos e pesquisadores da USP, a iniciativa tem como foco fazer a destinação correta de galhos, folhas, troncos e demais resíduos florestais que são removidos de áreas verdes de São Paulo, mas que não são reaproveitadas de maneira correta.

Dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) revelam que só a cidade de São Paulo foi responsável por gerar quase 50 mil toneladas de resíduos provenientes das áreas verdes da cidade, as quais incluem tanto a conservação de jardins como podas e remoção de árvores dos serviços municipais.

Projeto de transformação foi criado a partir de ideias lançadas em seminário no ano passado

De acordo com o Jornal USP, o projeto surgiu a partir de ideias trabalhadas durante um seminário internacional em 2020, o qual abordou o potencial do resíduo da arborização urbana para pesquisas e projetos de urbanismo, arquitetura e design também.

Desde então, o projeto passou a reutilizar as partes maiores dos resíduos de poda e identificar os indivíduos arbóreos da Cuaso. Muitas parcerias foram firmadas a fim de transformar os resíduos florestais em objetos úteis e sustentáveis.

Um dos líderes do projeto, Tiago Schützer, reforça que o projeto é um trabalho complexo e permitiu que além da arquitetura outras áreas fossem envolvidas para que identificação das espécies acontecesse, por exemplo. Para ele, o projeto é extremamente interessante por permitir a destinação correta dos resíduos assim como criar produtos únicos, longe das padronizações da indústria moveleira.

“Toda semana vamos ao campus para carregar os troncos e separar as peças, para, aos poucos, aprender a identificar as espécies, uma atividade que não é da nossa área. Isso exigiu que buscássemos colaboradores ``, contou ele ao Jornal USP.

Projeto participou da competição mundial No Waste

O cunho sustentável do projeto também permitiu sua participação na competição mundial No Waste Challenge, um evento promovido pela What Design Can Do (WDCD) em parceria com a Fundação Ikea, e que buscou soluções inovadoras para reduzir o desperdício e repensar o ciclo de produção e consumo de materiais que poderiam ter um destino mais nobre do que os aterros.

Na ocasião, o projeto criado pelo Dapoda foi o único projeto brasileiro vencedor, o qual permitiu também ainda mais desenvolvimento ao projeto daqui para frente, uma vez que além do valor em dinheiro, os vencedores também terão apoio para fortalecimento e ampliação dos mesmos.

Para a professora Cyntia Malagutti, colaboradora do projeto, o Dapoda vem para incentivar novos projetos sustentáveis aos novos arquitetos, designers e profissionais do país.

“Nossos estudos indicam que 20% da madeira utilizada em São Paulo vêm da Amazônia. Seria importante colocar à disposição desses jovens designers a oportunidade de utilizar outros materiais, ainda que em pequena escala. Da mesma maneira que a gente tem a ideia de matriz energética, eu acredito que a gente também deva trabalhar em cima da ideia de matriz de matéria-prima. E não nessa moda de sobrecarregar um único recurso” finalizou ela ao Jornal USP.

Fonte: Biomassa BR

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