Biomassa Florestal: O impacto da pandemia sobre o setor

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Estudos desenvolvidos em 2020 trazem panorama e o que se espera para os próximos anos.

Assim como qualquer setor da economia, o setor florestal incluindo a biomassa para fins energéticos também esteve entre os setores afetados pela pandemia do novo coronavirus. Entretanto, um panorama sobre a produção e consumo de energia elétrica no Brasil e a participação do setor florestal brasileiro divulgado pela Sociedade de Investigações Florestais (SIF) em 2020 se mostrou positivo e em processo de retomada.

Humberto Fauller de Siqueira, Engenheiro Florestal responsável pelo panorama criado pela SIF reforça em seu estudo que a participação florestal brasileira na geração de eletricidade se dá ao uso da lenha e lixívia, as quais geram um montante de 16,44 TWh de energia elétrica, sendo este o equivalente a 3,32% da geração de energia elétrica renovável do país.

A diversificação na matriz elétrica brasileira também foi ressaltada pelo especialista como uma alternativa de alto potencial, o que mostra que além dos materiais florestais já usados, muitos outros podem ser ainda descobertos como os segmentos de carvão vegetal.

Revertendo os impactos

Outro estudo desenvolvido pela empresa internacional de engenharia Pöyry Radar, também mostra que os segmentos da indústria de base florestal estão revertendo os impactos causados pela pandemia.

O boletim trimestral desenvolvido pela empresa no final de 2020 mostra que a retomada da atividade econômica, mesmo que lenta, aumentou a demanda florestal e trouxe uma valorização dos preços da madeira grossa como Pinus em todos os estados brasileiros analisados pela empresa como São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, entretanto os valores da madeira fina segundo o estudo teve uma oscilação.

“O mercado de madeira de eucalipto foi impactado por fatores locais, como as oscilações na demanda - entre queda e crescimento -, a redução de custos de colheita e o aumento dos custos de frete, que influenciaram os preços de maneira heterogênea nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul” destacou o estudo.

Cultivo de Eucalipto deve ganhar espaço

Apesar da oscilação encontrada pelo estudo da Pöyry Radar, o cultivo de florestas energéticas, mais precisamente de Eucalipto, em estados brasileiros como o Mato Grosso continua tendo um crescimento interessante segundo dados da Associação de Reflorestadores do Mato Grosso (ARE-FLORESTA-MT).

Dados do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR - MT) mostram que o estado conta com 190 mil hectares desse tipo de floresta e a expectativa é que esse tipo de plantio cresça ainda mais nos próximos anos chegando a 400 hectares.

Para os especialistas o crescimento pela escolha da biomassa florestal está na necessidade das Agroindústrias, as quais utilizam esse tipo de plantio por ser mais barato e também oferecerem diversas aplicações como na secagem de grãos.

Bioeletricidade também registrou alta em 2020

E mesmo diante da pandemia, a União da Indústria de Cana de Açúcar (UNICA) também registrou uma alta de 0,9% em 2020 em relação a 2019 na geração de bioeletricidade incluindo resíduos sucroenergéticos, biogás, lenha, lixívia, resíduos de madeira, capim elefante e casca de arroz. O aumento foi registrado através de um boletim criado pela instituição e que foi elaborado a partir dos dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e também da ANEEL. Em 2020 o setor sucroenergético foi o responsável por 82,3% da energia elétrica gerada a partir de biomassa segundo a UNICA, cerca de 22,6 mil GWh ofertados a rede.

Em nota, Zilmar Souza, gerente de bioeletricidade da UNICA, destaca que o período ofertado foi identificado em maio a novembro de 2020, um período seco e crítico para o setor elétrico brasileiro, o que reforça ainda mais a importância da bioeletricidade para o país.

“Em 2020, estimamos que essa geração da bioeletricidade da cana para a rede poupou 15% da energia capaz de ser armazenada sob a forma de água nos reservatórios das hidrelétricas do submercado Sudeste/Centro-Oeste, por conta da maior previsibilidade e disponibilidade da bioeletricidade justamente no período seco e crítico para o setor elétrico brasileiro. Lembrando que, em dezembro de 2020, a energia armazenada nos reservatórios do submercado Sudeste/Centro-Oeste fechou em apenas 18,7%” avaliou ele.

Fonte: Biomassa BR
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