Setor de bioenergia precisa de definição de políticas públicas e desoneração tributária

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As perspectivas futuras para o setor, no entanto, são muito positivas. Para atender a demanda da crescente frota de carros flex e o ascendente consumo global de açúcar, a produção de cana do Brasil precisa dobrar para 1,2 bilhão de toneladas nos próximos dez anos

Após dobrar sua capacidade produtiva em menos de uma década e apresentar crescimento de até 10% ao longo de sucessivos anos, o setor de bioenergia se aproxima da conclusão da safra de cana-de-açúcar com queda na produção da região Centro-Sul.

Segundo o último balanço divulgado pela Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), até o final de novembro a moagem de cana pelas unidades produtoras da região era de cerca de 490 milhões de toneladas (queda de 10,2% ante o volume processado no mesmo período do ano anterior).

O resultado reflete, em parte, a dificuldade ao acesso a crédito por parte dos produtores. Uma parcela dos empresários do setor colocou os investimentos em espera, reduzindo o crescimento da capacidade produtiva e sacrificando planos de expansão e a manutenção adequada dos canaviais.

A baixa também é fruto de condições climáticas desfavoráveis ao longo dos dois últimos anos, que comprometeram a produção e a qualidade da cana.

As perspectivas futuras para o setor, no entanto, são muito positivas. Para atender a demanda da crescente frota de carros flex e o ascendente consumo global de açúcar, a produção de cana do Brasil precisa dobrar para 1,2 bilhão de toneladas nos próximos dez anos.

No entanto, para ampliar a capacidade produtiva é necessária a definição de políticas públicas que retomem a atratividade do setor e levem as empresas a investir.

Uma medida a ser tomada pelo governo para equilibrar esse cenário seria a desoneração tributária, sobretudo PIS/Cofins de toda a cadeia produtiva, que reconheceria os benefícios econômicos e ambientais do uso de um combustível renovável.

A expansão das linhas de financiamento para investimentos em renovação e plantio de novos canaviais também são imprescindíveis para que o setor consiga atender a enorme demanda potencial por etanol que o mercado brasileiro representa para os próximos anos, além da possível abertura de novos mercados internacionais.

Essas políticas reforçarão o compromisso do governo com a diversificação da matriz energética nacional, estimulando o crescimento de uma cadeia competitiva e sustentável, que gera empregos e torna o Brasil exemplo mundial no uso de fontes de energia limpas.

José Carlos Gryubisich, presidente da ETH Bioenergia
Fonte: Folha de S. Paulo
Setor de bioenergia precisa de definição de políticas públicas e desoneração tributária Após dobrar sua capacidade produtiva em menos de uma década e apresentar crescimento de até 10% ao longo de sucessivos anos, o setor de bioenergia se aproxima da conclusão da safra de cana-de-açúcar com queda na produção da região Centro-Sul. Segundo o último balanço divulgado pela Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), até o final de novembro a moagem de cana pelas unidades produtoras da região era de cerca de 490 milhões de toneladas (queda de 10,2% ante o volume processado no mesmo período do ano anterior). O resultado reflete, em parte, a dificuldade ao acesso a crédito por parte dos produtores. Uma parcela dos empresários do setor colocou os investimentos em espera, reduzindo o crescimento da capacidade produtiva e sacrificando planos de expansão e a manutenção adequada dos canaviais. A baixa também é fruto de condições climáticas desfavoráveis ao longo dos dois últimos anos, que comprometeram a produção e a qualidade da cana. As perspectivas futuras para o setor, no entanto, são muito positivas. Para atender a demanda da crescente frota de carros flex e o ascendente consumo global de açúcar, a produção de cana do Brasil precisa dobrar para 1,2 bilhão de toneladas nos próximos dez anos. No entanto, para ampliar a capacidade produtiva é necessária a definição de políticas públicas que retomem a atratividade do setor e levem as empresas a investir. Uma medida a ser tomada pelo governo para equilibrar esse cenário seria a desoneração tributária, sobretudo PIS/Cofins de toda a cadeia produtiva, que reconheceria os benefícios econômicos e ambientais do uso de um combustível renovável. A expansão das linhas de financiamento para investimentos em renovação e plantio de novos canaviais também são imprescindíveis para que o setor consiga atender a enorme demanda potencial por etanol que o mercado brasileiro representa para os próximos anos, além da possível abertura de novos mercados internacionais. Essas políticas reforçarão o compromisso do governo com a diversificação da matriz energética nacional, estimulando o crescimento de uma cadeia competitiva e sustentável, que gera empregos e torna o Brasil exemplo mundial no uso de fontes de energia limpas.

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