Seis municípios portugueses, incluindo Boticas e Vila Pouca de Aguiar, receberão um investimento total de 2 milhões de euros para a instalação de pequenas centrais de biomassa térmica e elétrica. A medida, financiada pelo Fundo Ambiental, integra a estratégia nacional de gestão integrada de fogos rurais e visa transformar um dos maiores passivos florestais do país — os sobrantes vegetais — em uma solução sustentável para geração de energia e dinamização da economia local.Aprovadas pelo Ministério do Ambiente e Energia, as seis candidaturas selecionadas contemplam a criação de unidades de produção com base em biomassa residual de origem florestal. O objetivo central é substituir gradualmente o uso de combustíveis fósseis por fontes renováveis, reduzir o risco de incêndios em regiões vulneráveis e fomentar o desenvolvimento regional por meio da valorização dos recursos endógenos.Além da produção de energia limpa, o projeto incentiva a criação de empregos e estimula parcerias com produtores florestais e empresas locais, gerando impacto direto na economia das comunidades envolvidas. A iniciativa também contribui para a mitigação das mudanças climáticas e reforça a política nacional de economia circular ao reaproveitar resíduos que, de outra forma, poderiam ser descartados ou até alimentar focos de incêndio.O apoio financeiro cobre até 100% das despesas elegíveis de cada projeto, com um limite de 500 mil euros por unidade, o que permite viabilizar empreendimentos mesmo em municípios com menor capacidade de investimento.A aposta na biomassa surge como uma alternativa estratégica dentro do pacote de ações para a transição energética portuguesa, alinhando segurança ambiental, eficiência energética e sustentabilidade econômica. Em um país frequentemente afetado por incêndios florestais durante os meses mais secos, o uso inteligente dos resíduos florestais como fonte de energia representa uma resposta integrada a múltiplos desafios ambientais e sociais.