Soluções inovadoras prometem reduzir custo dos fertilizantes no Mato Grosso

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Algumas delas foram abordadas pelos especialistas, que afirmam serem alternativas renováveis importantes

Mato Grosso enfrenta um desafio significativo com o alto custo dos fertilizantes, que atualmente estão 53% acima da média nacional. Durante um painel recente, Pedro Dias, presidente da Associação Brasileira de PCHs e CGHs (ABRAPCH), apresentou soluções inovadoras para abordar essa questão crítica e aumentar a segurança energética do estado.

Dias destacou a importância da adoção de tecnologias avançadas para a produção de fertilizantes, especialmente aquelas que utilizam hidrogênio verde, amônia e energia hidráulica de baixo custo. Ele mencionou que empresas chinesas e americanas estão interessadas em estabelecer operações no Paraguai, onde a energia hidráulica da usina de Itaipu é mais barata. Essas empresas planejam produzir amônia a partir do hidrogênio verde e vender fertilizantes ao Brasil, um dos maiores produtores de grãos do mundo.

"Mato Grosso é o lugar que consome fertilizante. Então se você diminui o custo logístico, tem energia hidráulica compatível com o preço de mercado para produzir através do hidrogênio o fertilizante, é um mercado muito importante para o Estado. O Paraná também é um grande comprador de fertilizante e já pensa em construir unidades como essas. Contudo, se você tiver energia muito cara, esse modelo não para em pé," afirmou Dias.

Uma solução adicional proposta por Dias é a religação de cerca de 5 mil usinas hidrelétricas desativadas no Brasil. Muitas dessas usinas, construídas nas décadas de 60 e 70, foram desativadas devido ao baixo custo da energia de Itaipu. Segundo ele, essas pequenas usinas, que antes forneciam energia para fazendas e pequenas cidades, poderiam ser reativadas com um custo econômico e ambiental reduzido.

"Elas foram desativadas até pelo custo da conta de Itaipu, uma vez que era uma energia barata e que precisava ser vendida para inclusive pagar a conta de Itaipu no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Com isso, os nossos avós desligaram as pequenas usinas que têm em suas fazendas, em suas localidades, até usinas que abasteciam pequenas cidades, foram desligadas. Religá-las, reformá-las e reconduzi-las teria um custo muito baixo, tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental," explicou Dias.

As propostas apresentadas por Pedro Dias são promissoras para o futuro da produção de fertilizantes em Mato Grosso. Com a adoção dessas tecnologias e a reativação das usinas hidrelétricas desativadas, o estado pode se tornar mais competitivo, reduzir os custos de produção e melhorar sua segurança energética, beneficiando diretamente os agricultores e a economia local.

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