A produção de energia limpa através dos resíduos sólidos é uma das oportunidades importantes para o tratamento de resíduos no Brasil. Durante o 4º Fórum de Valorização Energética de Resíduos, Reges Dias, destacou a possibilidade de gerar energia a partir do lodo de esgoto, o qual é orgânico e possui um grande potencial calorífico e com grandes peculiaridades.Neste conteúdo, portanto, você descobre todas as características importantes deste tipo de tratamento, bem como ele pode ser utilizado na visão do especialista. Acompanhe.Tratamento do lodo: A possibilidade de gerar energia Durante sua palestra, Dias destacou o quanto o tratamento do lodo ainda é um desafio no Brasil. Segundo ele, a tecnologia usada ainda é bastante complicada e não é incomum parte do resíduo ainda ser lançado nos aterros sanitários. A boa notícia é que novos projetos estão sendo cada vez mais desenvolvidos a fim de melhorar essa questão. Na ocasião, Dias cita um deles desenvolvido que envolve a tecnologia de reator de leito fluidizado, o qual permite uma boa interação com moléculas e o fluido, seja ele gasoso ou líquido. A tecnologia hoje é desenvolvida pela Ember Lion Brasil e diferente de uma caldeira, o reator permite um tempo de residência cinco vezes maior, o qual, segundo ele, é possível gerar uma combustão maior e totalmente diferente das atuais.“Um reator como este, não serve para pequenas cidades, pequenos portes. Ele é mais para grandes centros urbanos. São reatores grandes, que tem 5, 7, 10 metros de diâmetro com alturas de 20, 30 metros” explica Dias.O especialista ainda completa que o tratamento do lodo mais tecnológico pode trazer inúmeras oportunidades já que ao invés do processo comum usado hoje pelas companhias de tratamento, os ganhos podem ser ainda melhores não só na questão ambiental, onde o resíduo acaba destinado de forma adequada, mas também no campo energético, já que permite a geração de energia limpa.Peculiaridades do tratamento do lodo através do reator de leito fluidizado De forma prática, Dias também demonstra em sua palestra como o novo tratamento de lodo através do reator de leito fluidizado funciona e as oportunidades que ele traz ao setor de saneamento, uma vez que o tratamento atual ainda gera resíduo que vai para aterros sanitários ao invés de ser reutilizado de maneiras energéticas.“O esquemático mostra desde a entrada de um lodo com 2% de sólidos e onde ele faz um processo de concentração. Normalmente as empresas de saneamento já fazem isso muito bem e já conseguem tirar a partir desde momento em torno de 25% de sólidos. A onde que está a diferença? Eles entram com polímeros e eles conseguem chegar ali, só que a partir dali o que acontece aqui no Brasil? É lançado totalmente nos aterros sanitários” pontua o especialista. Dias ainda completa que mesmo os aterros sanitários não veem o conteúdo como vantajoso, uma vez que causa instabilidade ao negócio, bem como afeta a logística e demais questões ambientais. “Os aterros sanitários que recebem isso, mesmo os donos de aterros, que é um negócio dele, não é bom. Traz instabilidade para o aterro. Nós sabemos que esse é um pequeno volume proporcional perto do RSU, mas ele causa instabilidade, é ruim para se transportar e por que não utilizar a energia desse lodo para gerar energia térmica, energia elétrica como é feito lá fora?” ressalta Dias. No projeto desenvolvido, por sua vez, o especialista dá mais detalhes sobre as peculiaridades do projeto, onde após o processo de concentração, o resíduo passa para um processo de secagem posterior, onde 40 a 45% de sólidos que possuem poder calorífico, entram no reator, que por sua vez, proporciona uma chama bem intensa e gera energia. Além disso, o tratamento não para por aí. Segundo Dias todo um tratamento do gás também é realizado de maneira exemplar. A palestra completa do especialista pode ser acessada no canal oficial do YouTube do Grupo FRG Mídias & Eventos através do link: https://www.youtube.com/watch?v=caZVy2zK8rY. Fonte: Biomassa BR
