Aumentar a diversidade de matérias-primas para produção de biodiesel se faz necessário

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Especialista da Embrapa Agroenergia destaca potencial de outras oleaginosas, além da soja, para produzir o biocombustível

A produção de biodiesel hoje é um passo importante para a redução das emissões de carbono na atmosfera. Contudo atualmente a maior parte da produção do biocombustível no Brasil vem da soja, uma oleaginosa bastante conhecida.

Entretanto, durante a 45° Reunião Ordinária da Câmara Setorial de Oleaginosas e Biodiesel, sediada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Brasília (DF), na última semana, Bruno Laviola, chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Agroenergia, destacou que é necessário pensar na diversidade das matérias-primas para a produção do biodiesel no Brasil.

Na ocasião o mesmo destacou que a soja continua sendo a única matéria-prima com escala de produção e aumento da área cultivada nos últimos anos, embora outras oleaginosas também já tenham se destacado como bastante promissoras neste caso. Dessa forma, pensar na diversificação é um passo bastante importante, segundo o especialista.

O maior entrave, segundo Laviola, diz respeito à expansão do cultivo das matérias primas e não mais ao domínio tecnológico.

“O domínio tecnológico não é mais entrave, como foi no passado, para a expansão do cultivo de oleaginosas alternativas no Brasil, embora as pesquisas devam continuar para promover ganhos incrementais na geração de conhecimento e tecnologias", afirma ele.

Cerca de 40 milhões de hectares de soja são cultivados no país atualmente em comparação a 1,7 milhão de hectares de algodão e menos de 300 mil hectares no total de outros tipos de oleaginosas.

Dessa forma, utilizar o conhecimento e as tecnologias disponíveis em prol do desenvolvimento da cadeia produtiva de oleaginosas alternativas se faz extremamente necessário. Dentre as oleaginosas que podem ser exploradas para o biodiesel, por exemplo, estão a macaúba, a canola e a palma de óleo, por exemplo.

“Precisamos de políticas públicas para dar suporte ao desenvolvimento de cadeias produtivas de oleaginosas no País", reforça o pesquisador.

Laviola ainda destaca que se o Brasil avançar 5 milhões de hectares no cultivo de oleaginosas alternativas à soja até 2030, o potencial do Brasil pode crescer ainda mais em óleos vegetais. Daria um potencial de 3 a 3,5 bilhões de litros de óleos vegetais para o mercado, segundo o especialista.

“Se plantássemos a canola como safrinha em 10% da área de soja, o que equivale a 4 milhões de ha, teríamos um potencial de produção acima de 3 bilhões de litros de óleo para serem usados na produção de biodiesel", exemplificou ele.

Na ocasião, Laviola também propôs a formulação de uma política pública para o estabelecimento de regiões ambientalmente homogêneas no Brasil, com base em Inteligência Territorial Estratégica (ITE), no Zoneamento de Risco Climático (ZARC) e em Boas Práticas Agrícolas (BPA), para assegurar o crescimento da produção de óleo em bases sustentáveis.

“É possível contribuir com a elaboração de um modelo para regiões homogêneas a fim de aumentar a produção de grãos e a rastreabilidade para a produção de matéria-prima para o biodiesel", finalizou.

Fonte: Biomassa BR

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