Planta Exótica Aguapé pode ser excelente alternativa na fabricação de biocombustível

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Pesquisa desenvolvida por cientistas da UFMG afirmam que a planta pode ser convertida em bio-óleo

A produção de biocombustível vem sendo uma alternativa sustentável para driblar o aquecimento global. Com isso inúmeras pesquisas estão sendo desenvolvidas a fim de encontrar oportunidades para gerar energia renovável a partir deles. Um exemplo vem de um estudo desenvolvido por pesquisadores do Instituto Senai de Inovação em Biomassa em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul.

A pesquisa, que será apresentada nesta quarta-feira, 18 de maio, em uma conferência virtual da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), traz como foco o uso do Aguapé. A mesma é uma planta exótica e que produz grandes danos aos ecossistemas aquáticos onde nascem. Para sanar o problema e ainda utilizá-la como alternativa renovável na produção de biocombustíveis, os pesquisadores decidiram transformá-la em bio-óleo.

De acordo com um dos responsáveis pelo estudo, Paulo Renato dos Santos, a busca por fontes de geração de energia limpa cresceu após a crise hídrica. Isso porque as reservas de combustíveis fósseis sofreram um esgotamento significativo devido a alta demanda de energia.

Com os novos estudos, Santos destaca que o uso do Aguapé (Eichhornia crassipes) tem um grande potencial. “Essa planta é uma macrófita aquática flutuante livre que não compete com outras culturas alimentares e está amplamente disponível no ambiente" destacou ele em nota.

O pesquisador ainda explica que a planta foi submetida a uma série de etapas químicas de decomposição para convertê-la em bio-óleo. O mesmo, por sua vez, pode ser utilizado em motores a diesel ou ser processado e dar origem a produtos de maior valor agregado segundo Santos.

Uso do Aguapé já vinha sendo debatido pela Embrapa

Assim como a pesquisa do Instituto Senai de Inovação, o uso do Aguapé como fonte alternativa na fabricação de biocombustível já vinha sendo debatida pela Embrapa Pantanal.

Desde 2010 a planta vem sendo monitorada no Rio Paraguai. A ideia segundo os pesquisadores foi entender a passagem das plantas aquáticas pelo rio de modo a mensurar a quantidade de biomassa exportada ao longo do tempo e verificar a sazonalidade da exportação.

De acordo com o pesquisador Ivan Bergier, na época, a proposta foi utilizar o aguapé como elemento filtrante do biofertilizante líquido produzido pelos biodigestores, de modo a reduzir o potencial de contaminação do solo, água e emissão de gases de efeito estufa.

Sobre a AESAP

A pesquisa sobre o Aguapé fará parte de uma das palestras disponíveis na AESAP - Uma semana acadêmica e de iniciativa da disciplina Avaliação de Ecoeficiência e Sustentabilidade Aplicada a Projetos do Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Escola de Engenharia da UFMG.

De acordo com Eduardo Coutinho de Paula, professor Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Escola de Engenharia da UFMG e coordenador do projeto, a iniciativa tem como propósito abrir a mente dos participantes para as ações sustentáveis, assim como viabilizar projetos e analisar criticamente estudos prévios sobre o tema.

"No amplo contexto da sustentabilidade, a aplicação de indicadores e índices deve auxiliar a tomada de decisões nos mais diversos projetos em cenários e condições de crescentes incertezas e complexidades", destaca De Paula em nota.

Os encontros do Ciclo Aberto são oferecidos pelo Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental (DESA) da UFMG e instituições parceiras por meio de um projeto de extensão universitária.Outras informações sobre o Ciclo Aesap podem ser solicitadas pelo e-mail: ciclo.aesap@gmail.com.

Fonte: Biomassa BR

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