Anseios sobre Produção de Florestas para uso Energético no Brasil foram abordados em estudo

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Especialista da Embrapa Florestas destaca panorama geral da biomassa florestal no país e as principais expectativas para os próximos anos

Os anseios que envolvem a expansão da produção de florestas para uso energético no país foram sanados no ultimo ano através de um estudo desenvolvido por pesquisadores da Embrapa Florestas, Embrapa Meio Ambiente e também da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC – Lages/SC).

Em conversa com o Portal Biomassa BR, um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo, José Mauro Moreira trouxe um panorama geral da biomassa florestal para fins energéticos no país e pontuou como a pandemia do novo coronavirus afetou o setor devido às restrições do distanciamento social.

Estudo: Prospecção de florestas energéticas brasileiras

Através da opinião de 154 especialistas do setor de biomassa florestal no Brasil, o estudo chamado de “Prospecção do uso de Biomassa Florestal para finalidades energéticas no Brasil” buscou responder aos anseios quanto à expansão da produção de florestas para uso energético no país.

De acordo com Moreira, o estudo teve como base uma pesquisa inicial criada pela Embrapa Florestas intitulada “Avaliação socioeconômica e ambiental da produção florestal de eucalipto em regiões de novas fronteiras” e que foi encabeçada pela dissertação de mestrado da primeira autora, desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).

“O objetivo principal foi de apresentar um estudo de prospecção sobre o comportamento futuro do uso da biomassa florestal para finalidades energéticas no Brasil, considerando também as diferentes regiões e estados da federação, considerando o cenário futuro até o ano de 2030” destacou o pesquisador.

Todo o estudo desenvolvido se transformou em livro e já está disponível para acesso. Ainda de acordo com Moreira, a expectativa é que todo o conteúdo criado possa contribuir de forma satisfatória para a tomada de decisões do setor e favorecer seu desenvolvimento nos próximos anos.

“A expectativa é contribuir com informações para tomada de decisões, quer seja no âmbito público ou privado, quer seja por profissionais ligados ao setor produtivo ou pesquisadores, como também por estudantes e outros setores relacionados, objetivando a melhoria do desempenho econômico, social e ambiental desse importante setor da economia brasileira” explicou Moreira.

Panorama da biomassa florestal no Brasil hoje

Um panorama geral da biomassa florestal também foi ressaltado pelo especialista, o qual o enxerga de forma positiva visto de uma perspectiva regional.
Moreira explica que regiões que fornecem biomassa para a indústria siderúrgica estão com os preços e demanda em alta devido ao aumento da produção de aço atualmente e regiões onde o consumo é destinado para secagem e processamento de grãos, proteína animal e indústria alimentícia também seguem em alta pela elevação da demanda de exportações e recordes históricos dos preços dos grãos.

“Algumas regiões, onde o mercado está mais maduro e há um ordenamento da produção florestal, consequentemente da oferta de madeira, o mercado pode se ajustar com menores oscilações na tendência de preços. Entretanto, naquelas regiões onde a madeira para energia teve uma piora significativa nos preços por volta de 2014 a 2017, e vários produtores não renovaram seus plantios florestais após a colheita (redução da área com florestas plantadas), o aumento da demanda ocorre no mesmo período de uma retração da oferta decorrente das florestas não plantadas, com possibilidade de intensificar as oscilações de preço da biomassa florestal” reforça ele.

Pandemia e Expectativas para os próximos anos

O impacto da pandemia do novo coronavirus também foi comentado por Moreira, visto que foi um momento que trouxe incertezas sobre o futuro e também dificuldades de adaptação.
Um dos problemas enfrentados pelo setor diante da pandemia e comentado pelo especialista foi o aumento de preços de insumos e serviços de produção, o qual propiciou o aumento dos custos de transporte e dos preços das terras agrícolas.

Porém diferente do que se pensa, o setor de biomassa florestal também conseguiu se adaptar na visão de Moreira e acabou sendo impulsionado pelo aumento da demanda de commodities, principalmente grãos, proteína animal e aço, que por sua vez aqueceu a demanda por madeira para energia.

A expectativa agora é que passado a crise sanitária em todo o mundo o setor volte a crescer e passe a atender diversos segmentos da indústria nacional.

“Acredito em um aumento da demanda por madeira de biomassa florestal para atender a vários segmentos ligados à indústria nacional, principalmente voltadas à produção de commodities para exportação. Outro segmento industrial que podemos esperar um aumento da demanda é a produção de etanol de milho no Centro Oeste do país. Para que os produtores possam participar desta cadeia produtiva de uma forma sustentável, os princípios de planejamento florestal devem ser observados, especialmente nas questões de distância de transporte, custo de colheita, custo de oportunidade da terra e produtividade dos plantios” finalizou Moreira.

Fonte: Biomassa BR

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