Rejeitos Radioativos: Como a biomassa vem auxiliando no tratamento desse tipo de resíduo

Image

Estudo desenvolvido por pesquisadores do Ipen usou cascas de arroz e café para a biossorção de radionuclídeos.

O tratamento de rejeitos radioativos ainda é um desafio no Brasil e cada vez mais estudos e pesquisas buscam por soluções para fazer a destinação desse tipo de resíduo de forma correta.

Um estudo recente desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) entretanto visa modificar o cenário e mostrar o quanto o uso da biomassa pode ser eficaz e barato nesse tipo de tratamento.

De acordo com a Lei 10.308 de 2001, a qual trata sobre rejeitos radioativos, esse tipo de resíduo não pode ser descartado de forma qualquer e precisa de um tratamento específico para evitar danos graves a saúde e ao meio ambiente.

A biomassa então entra como uma possível solução, visto que vem sendo cada vez mais objeto de estudo de pesquisadores para esse fim. Leandro Araujo, um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo do Ipen, reforça que diversos tipos biomassa já estão sendo estudadas e trabalhadas para o tratamento de rejeitos radioativos.

Estudo utilizou cascas de arroz e café na biossorção de radionuclídeos

O estudo desenvolvido pelo Ipen teve como base de estudo o uso de cascas de arroz, assim como de café. De acordo com Araujo as mesmas foram utilizadas por se tratarem de resíduos agrícolas comuns e baratos no Brasil, um incentivo ainda maior para futuros investimentos.

O estudo teve como objetivo avaliar se as cascas possuíam propriedades atrativas na biossorção de radionuclídeos presentes em rejeitos radioativos. Na ocasião o estudo testou a biomassa especialmente em três tipos de rejeitos sendo urânio, amerício e césio.

Ainda de acordo com o pesquisador todo um processo foi realizado com a biomassa para que ela tivesse êxito durante o processo de tratamento do resíduo.

“As cascas foram preparadas por meio de lavagem com água destilada, secas em estufa a 80 graus celsius por 24h, esterilizadas por radiação UV, picadas e peneiradas. Parte desse material foi utilizado diretamente no tratamento do rejeito, ao passo de que outra parte foi ativada quimicamente com o uso de ácido nítrico e hidróxido de sódio e depois utilizada no tratamento do rejeito” explicou Araujo.

O que disseram os resultados para o tratamento dos resíduos

Os resultados apresentados pelo estudo foram bastante satisfatórios segundo Araujo, tendo a casca de café não processada com um ótimo produto de absorção de rejeitos de urânio e amerício. A expectativa agora é que mais estudos dêem continuidade e mostrem o quão importante a biomassa possa vir a ser na redução de rejeitos.

“Esses materiais se mostraram eficazes na remoção de radionuclídeos em solução de rejeito radioativo real, justificando a continuação desse estudo. Há também resultados atrativos de imobilização desses materiais com o uso de cimento Portland após o tratamento de rejeito radioativo. No momento temos trabalhado com outras biomassas, mas há a possibilidade de voltarmos a usar as cascas de café e arroz em trabalhos futuros” destaca Araujo.

O resultado positivo da pesquisa mostrou o quanto à biomassa bem exercendo um papel fundamental na redução dos impactos ambientais causados pelos poluentes e como incentivos para esse tipo de produção podem ser favoráveis para a preservação ambiental.

“Materiais como as cascas de café e arroz são de nosso interesse porque são resíduos agrícolas, gerados em quantidade significativa e que são baratos. Dessa forma, utilizamos um resíduo para tratar outro resíduo, diminuindo o impacto ao meio ambiente” finalizou Araujo.

Para quem possui interesse em acessar o estudo completo basta acessar o arquivo na plataforma SpringerLink clicando aqui: O uso de casca de arroz e café para biossorção de U (total), 241 Am e 137 Cs em resíduos orgânicos líquidos radioativos

Fonte: Biomassa BR

_____________________________________________________________________________________________________________________________________________

FÓRUM GD SUL - 8º FÓRUM DE GERAÇÃO DISTRIBUÍDA COM FONTES RENOVÁVEIS E ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA

SAVE THE DATE
30, 31 DE MARÇO e 01 DE ABRIL DE 2021
100% ONLINE

SITE OFICIAL: www.forumgdsul.com.br
E-MAIL: contato@grupofrg.com.br

Patrocinadores: ECORI ENERGIA SOLAR / CLAMPER / NEXEN GROUP / PHB SOLAR / AMARA-E / SICES SOLAR / CISER / L8 GROUP/ INOX-PARAFUSOS / SSM SOLAR BRASIL / JA SOLAR / WDC NETWORKS / WEG / EMBRASTEC / GOODWE / SUNGROW POWER / INGETEAM / LONGI SOLAR / SOLIS INVERTERS / AMPHENOL / POLITEC / PROAUTO ELECTRIC / PIETA TECH / MODULAR ESTRUTURAS / EDELTEC SOLAR

Gostou do Conteúdo, Cadastre-se já e receba todas as notícias de BiomassaBR no seu email cadastrado

Compartilhe esta noticia: