Estudo grego mostra que é possível criar papel através de estrume de animais

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40% das fezes é celulose de acordo com o pesquisador

Um evento voltado para soluções científicas chamado 255.º Encontro Nacional e Exposição da Sociedade Americana de Química nos Estados Unidos destacou que em um dos artigos mostrados encontrou no estrume de animais a possibilidade de fazer produtos de papel.

Como uma excelente fonte de celulose, o estrume de elefantes e vacas foi considerado uma ótima oportunidade de retirar os dejetos do meio ambiente e também favorecer o mercado de produtos sustentáveis em todo o mundo.

O estudo foi desenvolvido pelo grego Alexander Bismarck, o qual desenvolveu o estudo a partir de um estudo de caso onde passou férias em uma aldeia na ilha grega de Creta e reparou que as cabras mascavam ervas secas, defecando assim apenas matéria de planta digeridas, fontes ricas em celulose.

Em entrevista à Agência Lusa, nos Estados Unidos, Bismarck destacou que 40% das fezes do animal é celulose. "Os animais comem biomassa de baixa qualidade contendo celulose, mastigam-na e expõem-na a enzimas e ácidos no seu estômago, e depois produzem estrume. Dependendo do animal, até 40% do estrume é celulose, que é então facilmente acessível” explicou ele.

Depois de estudar as fezes de cabras, o pesquisador também fez experiências com estrume de cavalos, de vacas e até de elefantes. O estrume foi tratado com uma solução de hidróxido de sódio (soda cáustica), que remove parcialmente a lignina (macromolécula das plantas, que pode depois ser usada como fertilizante ou combustível) e outras impurezas, incluindo proteínas e células mortas. Para remover completamente a lignina e fazer a polpa branca para o papel o material tem de ser branqueado com hipoclorito de sódio.

O produto derivado do estrume pode ter aplicações como o reforço para compósitos de polímeros ou filtros para águas residuais, ou para fazer papel para escrever de acordo com o pesquisador. E as pesquisas sobre o produto ainda continuarão, agora a ideia é perceber se o processo pode ser ainda mais sustentável, produzindo-se primeiro biogás a partir do estrume e depois extraindo as fibras de celulose.


Fonte: Thayssen Carvalho - Biomassa BR


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