O Portal Brasil Solar traz uma série de entrevistas com os palestrantes do Fórum GD - Fórum Regional de Geração Distribuída 2018 nos próximos dias. O evento é o principal do setor de geração distribuída do primeiro semestre no Brasil e acontecerá entre os dias 17 e 18 de maio de 2018, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. A terceira entrevistada é a Consultora do Instituto IDEAL e do Programa América do Sol, Taynara Reisner Mighelão. Confira! 1) As energias renováveis estão em constante crescimento no país e a produção de energia através da geração distribuída já é uma realidade no Brasil. Como você avalia este crescimento? O Instituto IDEAL, por meio do Programa América do Sol, acompanhou esse crescimento desde o início, quando em 2012, a REN482/12 foi lançada pela ANEEL. Essa resolução permitiu que os consumidores pudessem gerar sua própria energia e compensar na rede elétrica por meio das concessionárias. No início houve algumas dificuldades de adaptação, tanto das concessionárias que estavam assimilando o processo quanto das empresas que iniciaram suas primeiras instalações. Era burocrático e lento o trâmite e as instalações demoravam cerca de cinco meses para acontecer. Em 2018, as concessionárias aceitam receber o pedido de conexão de forma online, entre outras facilidades, e agora uma instalação leva em média dois meses para ser concluída e conectada à rede. Muitas empresas surgiram desde então. Hoje no mercado, a estimativa é de 2 mil empresas que no setor da energia solar fotovoltaica, o que, consequentemente, também aumentou a geração de empregos. 2) Nos conte um pouco sobre o Instituto IDEAL e como ele vem contribuindo com o setor.? O Instituto IDEAL é uma organização privada sem fins lucrativos, com sede em Florianópolis (SC), que atua na promoção de energias renováveis e de políticas de integração energética na América Latina. O IDEAL acompanha o setor fotovoltaico brasileiro, disseminando informações e incentivando o uso da energia fotovoltaica (FV) desde 2007, por meio do Programa América do Sol. No âmbito desse programa, foi criada uma plataforma de conhecimento digital que inclui ferramentas e ações com diferentes atores: consumidores de energia, proprietários de sistemas FV, instaladoras, projetistas, fabricantes, revendedoras, instituições sem fins lucrativos, entre outros. Ao promover eventos e incentivar pesquisas e ações voltadas para o desenvolvimento das energias limpas, o IDEAL se fortalece como um elo entre o governo e os setores acadêmico e empresarial, além de ser referência no setor energético. Soa poético, mas a busca por uma matriz energética diversificada e integrada em todo o território latino-americano é o que tem iluminado nossos caminhos. 3) O Fórum GD tem como objetivo debater a geração distribuída no Brasil. Qual a importância de eventos como ele para o setor na sua opinião? Quais suas expectativas para com o evento? Acredito ser um evento muito importante para o setor, além de ser um dos primeiros realizados em 2018. Acontece em Porto Alegre com o intuito de fortalecer o mercado no Sul do país, que é a segunda região em número de instalações do Brasil e está em constante crescimento. As empresas situadas no sul têm a oportunidade de agregar conhecimento ao seu aprendizado organizacional e compartilhar experiência, além de poder renovar e fortalecer seu networking. O debate é sempre importante para consolidar o mercado, é daí que surgem novas idéias, novos negócios e principalmente novas parcerias. Em um relativamente mercado novo e em constante crescimento, essas oportunidades devem ser aproveitadas por todos os atores do setor. Minhas expectativas vão de encontro ao propósito do Instituto IDEAL que no evento representarei: disseminar o conhecimento que possuímos. Neste caso, do mercado de geração distribuída fotovoltaica nacional. Os participantes terão acesso em primeira mão aos resultados preliminares do Estudo edição 2018. 5) Nos fale um pouco sobre sua participação no evento. O tema da sua palestra e o que tanto você irá abordar durante ela.? No evento irei abordar os primeiros resultados do Estudo “O Mercado Brasileiro de Geração Distribuída Fotovoltaica – edição 2018”, uma iniciativa conjunta com a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha do Rio de Janeiro (AHK-RJ) que já está em sua quinta edição. Foi o primeiro estudo sobre o mercado de geração distribuída a ser realizado no Brasil, e atualmente é o único que possui o apoio e reconhecimento da ANEEL, a agência reguladora do setor. O Estudo tem o intuito de documentar, acompanhar e trazer sugestões ao setor de geração distribuída FV no Brasil. Como é o quinto em que é realizado, os dados trazem comparativos de crescimento e uma realidade abrangente do momento atual do mercado. A pesquisa que gera o Estudo é realizada com empresas do setor cadastradas no mapa de fornecedores do Programa América do Sol, que hoje possui mais de 1.800 empresas cadastradas. No evento serão apresentados os dados preliminares da pesquisa como preços de uma instalação em kWp, como está a geração de emprego neste setor, qual o perfil de uma empresa que trabalha com a geração distribuída no Brasil, alguns dados significativos da ANEEL e comentários sobre a resolução normativa, a REN 482/2012.
