Biomassa BR

Em entrevista ao portal Biomassa BR, Hugo Albuquerque fala sobre a realização do CBGD 2017, sobre sua participação no evento e o futuro do setor

- Como você avalia a atual situação do setor de Geração Distribuída no Brasil?
Eu diria que avalio de forma muito positiva. Se você verificar o histórico do número de conexões a rede, sobretudo em 2017 monstra que o crescimento tem aumentado de forma exponencial. Já ultrapassamos o que era previsto para 2017 em cerca de 30%. Acredito que esse crescimento continuará nesse ritmo pelo menos pelos próximos 3-5 anos. Minha opinião pessoal e que já em 2024 o mercado anual de GD ultrapasse o mercado de utility sache lo Brasil. Claro que há críticos e opiniões contrarias à essa possibilidade, mas é algo que precisaremos esperar um pouco mais para ter certeza.

- Quais benefícios a geração distribuída pode trazer para o desenvolvimento econômico do país?
Além de garantir a manutenção das fábricas já implementada no País, a disseminação da Geração Distribuída pode, além de outros benefícios, trazer fábricas de inversores string para o Brasil, pode contribuir para reduzir a demanda na ponta, o que permite que o Brasil tenha energia suficiente para entregar quando do retorno do crescimento industrial. Pode contribuir para reduzir a vazão dos reservatórios, melhorando inclusive a questão hídrica do Brasil. Pode ajudar a ampliar o número de empregos, visto que em 95% dos casos ou mais, o adquirente de um sistema fotovoltaico contrataram empresa ou eletricista para fazer a instalação e manutenção do sistema.

- Na sua opinião qual a importância de eventos como o CBGD?
Eventos como esse promovem discussões em prol do desenvolvendo setor. Ajudam a disseminar e compartilhar informações com os entes públicos e privados. Atualmente os maiores disseminadores e defensores desse avanço são os integradores que acabam não tendo voz em outros eventos voltados mais para a implementação de grandes usinas. Ter eventos distintos é muito importante e salutar, pois cada um pode focar nas particularidades de seu nicho e trazer soluções para o setor.
Conquanto a finalidade do desenvolvimento do setor seja compartilhado por todos que atuam nele, a forma de como isso vai acontecer e o tempo em que isso vai acontecer são diferentes. O mercado de Geração distribuída tem necessidades próprias e um evento como esse tem importância relevante para suprir essas necessidades.

- Quais obstáculos o senhor ainda acha que o setor precisa vencer para se fortalecer?
A questão de acesso a financiamentos, apenas de ja ser uma realidade, esta a quem do que o mercado necessita. Os custos dos impostos incidentes sobre a matéria-prima ainda deixam o produto nacional cerca de 45% mais mais caro que os produtos importados e nacionalizados. Não poder acessar o FGTS para investir num sistema fotovoltaico para sua própria residência também é um outro entrave que precisa ser revisto. É bem verdade que se comprarmos a situação atual com a situação de 5 anos atrás, avançamos muito, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido. Mas eu fosse pontuar ou estabelecer um ranking para isso eu diria que diminuir os impostos da cadeira produtivo estaria como prioridade maxima e logo após ter mais linhas de crédito disponíveis para pessoa física, mesmo que utilizando os recursos do seu próprio FGTS. Por que não utilizar os recursos e pagar ao governo uma taxa da mesma remuneração que temos pelo FGTS? ideias não faltam.

- Nos fale um pouco sobre sua participação no evento.
A Canadian hoje detêm cerca de 75% das preferencia de compra para os clientes de GD. em 2016 formos premiados como o melhor fabricante de módulos fotovoltaicos, com mais de 85% dos votos válidos. Não poderíamos estar de fora. Esse é o nosso maior mercado e estamos dispostos a ajudar seu crescimento. A ideia esse ano foi trazer para o evento não apenas nossos módulos e inversores, mas também uma equipe técnica e comercial que poderá auxiliar e esclarecer dúvidas para o público em geral.

- Nos fale um pouco sobre a Canadian Solar e os seus projetos para o futuro.

A Canadian Solar está no Brasil desde 2012 e foi a única empresa do segmento a apostar fortemente no País com uma forte estrutura local, instalação de fábrica e estoca local a pronta entrega, enquanto as demais se concentravam no mercado Chileno ou estava se retirando do Pais. Nosso planos são de permanecer no Brasil e de continuar contribuindo para ampliar o uso energia fotovoltaica. Ainda atuamos num mercado restrito mas acreditamos que a incitava pública vai remover os entraves existente e que a inciativa privada não tardará em fazer a sua parte. Estamos falando de um mercado que deve movimentar 5,4GW em 2025, 10 GW em 2030, 50 GW em 2040 e 78 GW em 2050. Estamos falando de investimento de R$ 21, R$ 40, R$ 120 e R$ 200 Bilhões de reais respectivamente. Temos todas as razões do mundo para permanecer!

Sobre Hugo Albuquerque:

Pernambucano, casado, pais de 2 crianças , Engenheiro eletricista, formado pela Escola Politécnica de Pernambuco, atuou em diversos argumentos como Telecom, Logística, energia e consultoria em excelência comercial. Passou por empresas como Siemens, Grupo Carso (Carlos Slin), Kyocera, Canadian Solar além de atuar como consultor independente.

Sobre o CBGD:

O que é: A segunda edição do Congresso Brasileiro de Geração Distribuída
Quando: 25 e 26 de outubro de 2017
Onde: Sede da Federação das Indústrias do estado do Ceará – FIEC
Objetivo: Disseminar ainda mais as fontes limpas e renováveis na matriz energética brasileira e discutir o atual cenário da Geração Distribuída no país.
Contato: contato@grupofrg.com.br / (41)3225.6693 / (41)3222.6661
Site: http://www.cbgd.com.br/