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Extração de Tocos de Eucaliptos e o seu Aproveitamento de Biomassa para Energia.

Extração de Tocos de Eucaliptos em Áreas de Reforma das Plantações e o seu Aproveitamento como uma Nova Fonte de Biomassa para Energia.

A capacidade de brotação dos tocos remanescentes das árvores de eucalipto após a colheita florestal levaram os silvicultores a utilizarem o sistema de talhadia simples e talhadia composta no manejo dos povoamentos desse gênero nas mais diversas regiões do mundo e também no Brasil.

Assim, durante muito tempo, o sistema silvicultural adotado no Brasil para o manejo e condução das plantações de eucaliptos foi o de talhadia, com o primeiro corte aos sete anos de idade e dois cortes subseqüentes da primeira e segunda brotação dos tocos, num ciclo total de vinte e um anos quando, então, os plantios eram reformados.

Em face desse sistema adotado pela maioria das Empresas florestais do Brasil, é possível encontrar ainda hoje, áreas imensas de reflorestamentos com eucaliptos onde a presença de tocos na área dificulta sobremaneira o preparo da mesma para um novo plantio. A necessidade de se mecanizar algumas operações de plantio levou a maioria das Empresas florestais a plantarem nas entrelinhas dos plantios originais, resultando em um número ainda maior de tocos por hectare.

A busca de uma solução para este problema passou inicialmente por equipamentos que tinham como objetivo a destruição mecânica desses tocos, como por exemplo, o equipamento desenvolvido pela Denis Cimaf, que se encontra operando com sucesso no Brasil. No entanto, a crescente demanda por biomassa para energia em nosso País, estimulou pesquisadores e empresários a buscarem novas soluções, que inclusive permitissem o aproveitamento dos tocos e raízes, para a produção de biomassa para energia.

Um estudo dessa técnica, em nível de Mestrado, encontra-se em andamento na ESALQ em Piracicaba, sob a orientação do Professor Fernando Seixas, da área de colheita florestal, trabalho este sendo realizado pelo estudante de Pós-graduação, Vinicius Casselli.

Em nível comercial, a OperFlora, uma empresa do Grupo Columbia, com sede em Porto Feliz, São Paulo, vem desenvolvendo juntamente com a Caterpillar, a PESA, e a Vermeer, um conjunto de pinças hidráulicas, gruas e picadores que permitem o arranquio dos tocos de eucaliptos e o seu processamento em cavacos para energia, separando-os das partículas do solo que acompanham as raízes e deixando a superfície da área em condições adequadas para o estabelecimento de novas plantações.

Este trabalho pioneiro desenvolvido pela associação das empresas acima mencionadas, irá promover um avanço no setor florestal brasileiro devendo, portanto, ser copiado por outras Empresas existentes no mercado doméstico e mesmo em outros países.

Várias Empresas florestais de grande porte já demonstraram o interesse em ter a OperFlora como parceira na remoção dos tocos de eucaliptos de suas áreas, o que lhes permitirá uma redução substancial no custo da implantação das novas plantações com novos clones de eucaliptos.

Essa operação de destoca e aproveitamento dos tocos para produção de biomassa para energia representa uma inovação no setor florestal brasileiro e vai facilitar extraordinariamente o preparo das áreas para a renovação das plantações de eucaliptos no Brasil. Varias Empresas já estão interessadas nesta nova tecnologia e a OperFlora, do Grupo Columbia sai na frente juntamente com a Caterpillar, PESA e a Vermeer nesse tipo de operação florestal. A redução do custo da implantação florestal dessas áreas ira promover um aumento crescente do uso de áreas com residuais de plantações de eucaliptos onde o grande problema era a erradicação dos tocos que hoje se tornou uma operação autosustentavel. Isso ira estimular a renovação das velhas plantações de eucaliptos permitindo que clones mais produtivos sejam plantados, reduzindo a area de terra necessária para se obter a mesma produção volumétrica. Essa operação devera ter inicio em São Paulo, extendendo-se para Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Mato Grosso, e demais Estados do Brasil.

Fonte: Jornal Brasileiro das indústrias de Biomassa

Por: Dr. Laércio Couto e Evandro Carrera

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